Estudantes e profissionais de Comunicação estão reunidos em São Paulo (SP), até sábado (29), no 14º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. Na abertura dos painéis, na quinta-feira (27), o ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, destacou o papel da imprensa profissional, que atua com responsabilidade, e criticou os conflitos gerados pelas redes sociais por “gente que usa o Twitter como motivo de briga”. Disse ainda que o mau uso de mídias sociais “cria tumulto para a governabilidade e a sociedade”.
Santos Cruz evitou falar sobre os bastidores e atritos que levaram à sua exoneração do governo, citando a letra da música “Garçom”. “Como diria Reginaldo Rossi, meu caso é mais um, é banal”, disse ele, arrancando risos da plateia.
Outro painel bastante concorrido foi o que teve a participação dos jornalistas responsáveis pela apuração e denúncias dos crimes cometidos por João de Deus, do centro espírita de Abadiânia (GO). Em “Fé, fama e fraudes: os abusos de João de Deus”, Pedro Bial, Camila Appel (GloboNews), Helena Borges e Cristina Fibe (O Globo e Época) contaram os desafios da investigação que acabou com a prisão do médium. Todos ressaltaram o cuidado que deve ser dedicado às matérias investigativas, assim como no tratamento de temas relacionados às mulheres e à comunidade LGBT, por exemplo. A criação de uma “rede de apoio” nas redes sociais foi destacada por Helena Borges, que recebeu centenas de denúncias contra João de Deus.
Promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e com apoio da ABERT, a programação do congresso inclui ainda oficinas e workshops que acontecem na Universidade Anhembi Morumbi, no campus da Vila Olímpia, com palestrantes brasileiros e estrangeiros.