O papel do rádio e as perspectivas do meio para o próximo ano foram tema de debate que reuniu representantes de associações estaduais de radiodifusão, de sindicatos e jornalistas, durante encontro virtual promovido pela Cadena Sistemas, na segunda-feira (8).
O presidente da Associação Mineira de Rádio e Televisão (AMIRT), Luciano Pimenta, demonstrou otimismo ao apontar um cenário favorável para o rádio em 2022. Segundo ele, a interação de ouvintes por meio de múltiplas plataformas gera uma grande expectativa mercadológica.
Sobre o cenário das eleições do ano que vem, Pimenta recomenda cautela na divulgação de notícias envolvendo a cobertura eleitoral. “Temos que lembrar que o rádio é um veículo de credibilidade e o nosso compromisso é irrestrito com a verdade. Tenho certeza que 2022 será um ano com a propagação de fake news e temos que tomar o maior cuidado para não divulgarmos nenhuma notícia falsa. Não temos que ter informação mais rápida, temos que ter informação verdadeira”, enfatizou.
Para o presidente da Associação de Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (AESP), Rodrigo Neves, o crescimento da audiência do rádio durante a pandemia mostra o exponencial do meio de comunicação. “O rádio tem uma capilaridade que nenhum outro veículo de comunicação possui. Durante essa pandemia, o rádio vem prestando informações diuturnamente e nunca paramos com os serviços essenciais, e isso nenhuma outra mídia social faz”, afirmou.
Ana Paula Melo, presidente do Sindicato de Empresas de Rádio e Televisão de Santa Catarina (SERT/SC), afirmou que o turismo e os eventos estão voltando a ser realizados no estado e que a expectativa é grande para a retomada do mercado.
Ana Paula citou dados de uma pesquisa recente sobre a audiência do rádio em SC, que apontam que 74% dos catarinenses ouviram rádio nos últimos 90 dias e que 75% confiam nos comerciais de rádio.
“O ano da pandemia foi bem difícil, com uma queda de faturamento expressiva das emissoras, mas estamos confiantes de que o próximo ano será muito melhor em relação à publicidade, verba pública e privada”, pontuou.
Já o representante da Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado do Rio de Janeiro (AERJ), André Dias, lembrou a capacidade que o rádio tem para se reinventar. “É impressionante como o rádio tem o poder de transformação, de renovação, de crescimento e de revolução. Ele nunca será sinônimo de extinção de linguagem de comunicação”, disse.
Dias comentou ainda sobre o poder de propagação de conteúdo dos podcasts, ferramenta que, segundo ele, precisa ser bem explorada e trabalhada em todas as rádios. “As pessoas cada vez mais querem decidir onde, como e quando consumirão os conteúdos. Chegou a vez de o rádio se adaptar a esse novo comportamento do consumidor”, alertou.
Para a gerente da Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (ACERT), Cinthia Pinheiro, além da credibilidade que o rádio tem para divulgar conteúdos, o meio é “essencial para o sucesso de seus anunciantes”.
Daniel Starck, diretor do Tudorádio, apresentou um panorama sobre o desempenho positivo do rádio, a partir de pesquisas sobre o meio. “O consumo vai continuar elevado, mas considero fundamental apresentar o rádio como uma alternativa comercial forte para quem não conhece o meio, unificando o discurso com emissoras e empresas do setor, como forma de entender esse cenário. Se não tomarmos cuidado, é bem possível matar essa relevância do rádio aos poucos, justamente pelo desconhecimento, e não porque o meio não é eficaz”, alertou.