Durante reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, realizada em Genebra (Suíça), na segunda-feira (22), o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que grupos de ódio responsáveis por disseminar notícias falsas são encorajados por pessoas que ocupam "postos de responsabilidade", compondo uma parceria inimaginável.
Segundo Guterres, a pandemia aumentou a desigualdade e reforçou a vulnerabilidade das populações, já que a extrema pobreza vem crescendo em nível global. Os direitos humanos, na opinião do secretário, também perderam terreno recentemente. “A equidade em matéria de vacinas representa uma etapa decisiva na realização dos direitos humanos. As vacinas devem ser um bem público mundial, acessível a todos.”
Outro efeito colateral da crise sanitária, apontou o representante da ONU, foi a adoção das restrições de circulação impostas pela pandemia de COVID-19 como instrumento para enfraquecer processos eleitorais e reduzir as críticas. Guterres disse ainda que cresceram a utilização abusiva de dados e o poder de informação das plataformas digitais, levando à uma escalada na criação de fake news.
A tendência, segundo ele, acabou potencializando discursos de grupos supremacistas brancos, neonazistas e do terrorismo motivado por questões étnicas e raciais. “Assistimos ao enfraquecimento da democracia, à utilização de força brutal, a prisões arbitrárias, à repressão em todas suas manifestações, à restrição do espaço cívico, a ataques contra a sociedade civil, a violações graves cometidas contra pessoas vindas de minorias sem que os responsáveis prestem contas”, criticou.
Em março de 2020, logo no início da pandemia, a ABERT lançou a campanha Desinformação Mata, que lembra o papel dos veículos de comunicação na prestação de serviço e no combate às notícias falsas, principalmente sobre o novo coronavírus. O conteúdo, de utilização livre e gratuita, está disponível AQUI