No segundo dia do 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara Federal, abriu a série de debates com o painel “Panorama da Radiodifusão na Câmara Federal”, e mediação do jornalista Kennedy Alencar.
Cunha afirmou ser contra qualquer iniciativa de regular a mídia e disse não ver maioria na Câmara para aprovar propostas dessa natureza. “Para a má imprensa, mais imprensa. Qualquer tentativa de calar a mídia por regulamentação tem que sofrer repulsa”, disse ele.
Ao responder a uma pergunta da plateia, Eduardo Cunha criticou o modelo de regulação da mídia anunciado pelo PT. “É mais um projeto de poder. Para se manter no poder é preciso controlar a comunicação. Ter uma política de comunicação controlada, facilita para você manter o status quo”, declarou.
Outro assunto em debate foi a regulamentação da publicidade infantil. Para ele, a Câmara não deve interferir nessa decisão. “Não devemos nos meter, é preciso ter cautela e juízo ético para não interferirmos na vida das pessoas”, afirma.
Eduardo Cunha defendeu a flexibilização do horário da Voz do Brasil e disse que pretende votar o projeto que tramita na Câmara, mas que, para ser incluído na pauta, é necessário que o Plenário aprove um requerimento de urgência. “Eu sou plenamente favorável à mudança e acredito que se tem conteúdo, tem ouvinte e tem audiência”, disse ele.
Perguntado sobre a obrigatoriedade do diploma de jornalista, Cunha defendeu a regulamentação da profissão e a valorização do profissional capacitado. “Essa discussão tem que ser vencida com o intuito de preservar a categoria. Sem dúvida, sou favorável à obrigatoriedade do diploma e da regularização de profissionais qualificados para exercer a profissão”, disse.
Assuntos políticos na pauta
Em resposta ao jornalista Kennedy Alencar, Eduardo Cunha negou que tenha contas bancárias além das declaradas por ele à Receita Federal e confirmou o depoimento dado à CPI da Petrobras.
“Reitero o que disse à CPI. Fui orientado pelo meu advogado a não falar. Ele entende que é melhor falar com fatos do que com hipóteses”, rebateu.
Eduardo Cunha disse ainda que não pretende renunciar à presidência da Câmara, mesmo que venha a se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF).
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