O americano Michael Wolff apresentou uma visão surpreendente sobre a TV para os participantes do 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão. Ele acredita que o rádio e, principalmente, a televisão têm maior poder sobre as mídias digitais pelo fato de ter controle sobre o conteúdo. “A tecnologia torna os meios eficientes, mas não alcança a habilidade de contar histórias”, discursou.
No painel “O Futuro da TV”, o jornalista demonstrou que a televisão evoluiu comercialmente nos últimos vinte anos: desenvolveu de apenas TV aberta para TV paga e, agora, surgiu o streaming (a exemplo do Netflix). Para ele, ao invés de a internet dominar a televisão, a televisão dominou a tela do computador. “The Big Bang Theory, em apenas um episódio, ganhou mais dinheiro do que o YouTube em uma semana”, disse ao comentar sobre a rentabilidade das plataformas.
Michael Wolff no painel "O Futuro da TV"
Wolff defende que a tecnologia faz as coisas ficarem mais eficientes, mas é modificável. Não há como modificar o poder pelo conteúdo. “O que a TV e o rádio fizeram é a clássica e revolucionária arte de contar histórias”, disse. Para Wolff, a televisão não deve se esforçar para ser o que ela não é, como se modificar para adequação às novas plataformas.
Ele encerrou o painel ao contar como prevê o futuro da TV em dez anos: “Vamos assistir ainda mais televisão do que já assistimos em qualquer outra época”.
Perfil
Wolff é jornalista especialista em mídias digitais e autor do best seller “Television is the New Television: The Unexpected Triumph of Old Media in the Digital Age” (“A televisão é a nova televisão: o inesperado triunfo da mídia tradicional na era digital”), o último dos seis livros que já escreveu. Ele é, também, colunista e dirigente de diversos jornais e revistas dos Estados Unidos e da Inglaterra – como New York Magazine, GQ, Vanity Fair e Asweek –, além de fundador e líder do grupo News/Fox, o quarto maior conglomerado de mídia do mundo.