Uma proposta alternativa para minimizar a interferência dos serviços de banda larga da faixa de 3,5 GHz na recepção do sinal das antenas parabólicas (banda C do satélite) foi apresentada à Anatel na última semana pelo setor de radiodifusão e por operadoras e fabricantes de equipamentos de satélite.
De acordo com a proposta, o serviço de SARC e RpTV (3,3 GHz a 3,4 GHz) seria remanejado para a faixa de 3,5 GHz a 3,6 GHz. A realocação abriria uma banda de guarda de 125 MHz, o que facilitaria a adoção de técnicas para diminuir a interferência. Na prática, ocorreria um afastamento entre os serviços de STFC, SCM e SMP e a banda C do satélite.
A faixa de 3,4 GHz a 3,6 GHz é a que a agência pretende leiloar. E, em seguida, com uma banda de guarda de 25 MHz, está a banda C do satélite, de 3,62 GHz a 4,2 GHz.
A sugestão é uma das alternativas que serão analisadas em 90 dias por um grupo de trabalho coordenado pela Anatel, e integrado também pela Abert, que apresentará um relatório conclusivo sobre as possíveis soluções.
Com o remanejamento, o serviço de banda larga continuaria com os 200 MHz destinados pela agência e ainda teria a vantagem de utilizá-los de forma mais eficiente, inclusive com a possibilidade de aumentar a potência em algumas cidades.
Em audiência pública, na semana passada, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, havia dito que o governo poderia reduzir a oferta de faixas para a banda larga para tentar solucionar o problema.
“Avaliamos que essa é a melhor saída para as três partes: radiodifusão, banda larga e operadoras de satélite, com o aspecto positivo de satisfazer a vontade do governo de leiloar ainda este ano a faixa de 3,4 a 3,5 GHz”, afirma o diretor de uso e planejamento de espectro da Abert, Paulo Ricardo Balduíno. Já a venda do restante de faixa só seria possível após uma consulta pública do novo arranjo.
O grupo de trabalho criado pela Anatel foi dividido em dois subgrupos. Em um deles será discutida a proposta apresentada pelas empresas dos três setores e no outro a revisão do edital colocado em consulta pública considerando a atribuição da faixa como está hoje.
Assessoria de Comunicação da Abert