Deputada federal em primeiro mandato, Celina Leão (PP-DF) visitou a ABERT na terça-feira (16). Recebida pelo presidente Paulo Tonet Camargo, diretores e conselheiros, a parlamentar falou sobre o trabalho nesses primeiros meses no Congresso Nacional e da experiência ao longo dos oitos em que foi deputada distrital, inclusive como presidente da Câmara Legislativa do DF.
Leia os principais trechos da entrevista. A entrevista na íntegra pode ser acessada aqui.
Durante oito anos a senhora foi deputada distrital e agora, está há quatro meses na Câmara Federal. Quais são as diferenças?
Eu percebo que o deputado distrital, principalmente aqui em Brasília, que não existe a figura do vereador, tem um vínculo muito próprio com a cidade e com todos os problemas locais. Desde o buraco na porta da sua casa, passando pela merenda escolar e pela saúde. E na Câmara Federal nós tratamos de temas mais estratégicos e macros, discutindo os rumos do país. Apesar de tudo isto, eu ainda tenho uma ligação muito próxima com o DF. Foram oito anos na Câmara e não quero ficar longe dos problemas mais comuns do Distrito Federal.
Quais são as prioridades do seu mandato?
Eu tenho um trabalho muito forte em relação às multas de trânsito. Há fábricas de multas no país, precisamos regulamentar melhor essa questão. Hoje em dia, os radares nas rodovias e avenidas ficam escondidos só para o motorista ser multado. Estamos fazendo um estudo para propor a regulamentação do uso do equipamento. O objetivo do radar não pode ser o de multar, ele tem que conscientizar a população que há uma regra de velocidade para ser cumprida e o objetivo principal é diminuir acidentes e não ficar arrecadando dinheiro. Outro tema em que gosto de atuar é na defesa das mulheres. Sou presidente da Frente Parlamentar dos Direitos das Mulheres. É um colegiado atuante, e estamos propondo inúmeras políticas públicas para que as mulheres sejam mais respeitadas.
A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou projeto que prevê multa para condenados por agressão a mulheres. Qual sua avaliação?
Acho que toda a lei que vem para constranger e criar mais dificuldades para o agressor é válida. Apesar de estarmos endurecendo a legislação contra pessoas que agridem as mulheres, tenho uma percepção que, apesar das leis, a violência contra a mulher vem crescendo. Então, acho que a questão da educação também é fundamental. A criança na escola tem que aprender que tem que respeitar a mulher e respeitar o diferente.
Há uma declaração da senhora que diz que a Reforma da Previdência que está tramitando na Câmara pode ser injusta com as mulheres. Por que?
Acredito que muitas das conquistas que as mulheres tiveram durante anos podem ser extintas com a Reforma da Previdência do jeito que está. Queremos garantir uma aposentadoria diferenciada para as mulheres. Cito, como exemplo, as professoras. Claro que é importante e temos sim que votar a Reforma da Previdência, mas temos que ao menos tentar garantir a equidade desses direitos.