A nova presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, Raquel Muniz (PSD-MG), visitou a ABERT na quinta-feira (17). A parlamentar foi recebida por diretores da entidade, pelo presidente da AMIRT, Mayrinck Júnior, e por representantes do setor de radiodifusão. Durante o encontro, a deputada falou sobre as prioridades na Comissão e o que esperar do futuro do Brasil após as eleições. Leia os principais trechos da entrevista à Rádio ABERT.
Quais as prioridades à frente da Comissão de Cultura?
Assumi a Comissão de Cultura com o objetivo de aprovar os projetos prioritários. Estamos fazendo um levantamento das principais propostas e, juntamente com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e com o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, daremos celeridade aos projetos importantes para colocarmos para votar. A Comissão de Cultura é extremamente importante para o desenvolvimento do país. Vamos aproveitar este ano para difundir ainda mais os segmentos culturais brasileiros, que são muitos, como por exemplo artesanato, cultura religiosa e artistas circenses. Na nossa região, norte de Minas Gerais, por exemplo, o forte é a produção de cachaça, o que não deixa de ser um aspecto cultural do nosso país. A nossa missão é estabelecer que a cultura é investimento. Quem ajuda a cultura está ao mesmo tempo ajudando a economia do país, as suas histórias e origens.
Teremos neste ano a Copa do Mundo e as eleições. Esses eventos podem atrapalhar a andamento da Comissão?
Acredito que não irão atrapalhar. A Comissão de Cultura pode se deslocar às cidades de todo o país. Quero aproveitar as festas culturais do nosso calendário para levar a Comissão para esses locais. Estamos chegando perto das festas juninas. Se possível, vamos aos principais eventos levando seminários e debates, contando histórias e conhecendo histórias das regiões. Durante a Copa, vamos, também, percorrer o país para mostrar o forte laço cultural que o brasileiro tem com esporte, principalmente no futebol. A Comissão tem que ser “viva”, ela tem que ir onde tem as festas culturais.
A senhora falou que muitas deputadas participam Comissão da Cultura. Falta a presença feminina no ambiente político?
Falta mulher na política. Essa é uma das minhas bandeiras, trazer mais mulheres para o ambiente da política, participando das discussões importantes para o Brasil. Não apenas as cotas para composição do partido na eleição, mas sim com cadeiras permanentes no Congresso.
Quais são, na sua opinião, as prioridades para o próximo presidente do Brasil?
Ele deve estabelecer que algumas reformas que não foram realizadas devem ser feitas, como a tributária e a da Previdência. Acredito que o presidente atual poderá, após a eleição de outubro, acelerar esses assuntos, já que ele poderá não terá o receio da impopularidade. Caso não seja possível avançar ainda mais em 2018, o novo presidente precisa priorizar esses temas no primeiro ano de mandato. Espero que, depois de todos os problemas que passamos nestes quatro anos, o novo governante possa ser mais próximo da população e tenha coragem para fazer o que tem de ser feito.