“Este é o momento para o Brasil aprovar as reformas estruturais necessárias”. A avaliação é do senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), que em visita à ABERT na terça-feira (2), contou sobre a experiência de ser deputado federal por nove mandatos consecutivos e a diferença que existe entre Câmara e Senado. O parlamentar foi recebido pelo presidente da ABERT Paulo Tonet Camargo, diretores, conselheiros e representantes de entidades ligadas à comunicação.
Leia os principais trechos da entrevista à Rádio ABERT. O áudio completo pode ser baixado aqui.
O senhor foi deputado federal por 36 anos e hoje está no Senado. Quais são as diferenças?
São muitas. Primeiro, na Câmara são 513 deputados para uma carga de trabalho que é igual ao Senado. Então, os senadores têm atividades mais intensas. Mas há uma vantagem para superar isso: a maioria dos senadores tem mais experiência. Já foram ministros, governadores, deputados há muito tempo, então essa experiência ajuda a superar a carga pesada de trabalho. Outra característica: na Câmara, o partido é muito importante, o deputado fica na órbita da legenda para ocupar espaço. No Senado, os senadores tem um grau de independência bem maior para trabalhar.
Senador, o Brasil está em um momento positivo para aprovar a reforma da Previdência?
Não só é positivo, como é o momento. É um inicio de uma nova legislatura e de um novo governo com novas propostas. Então este é o momento para fazermos todas as reformas necessárias para o país. O governo tem a missão de propor e já fez o seu trabalho e nós, parlamentares, devemos trabalhar para aprová-las. Essas reformas são importantes para atrair investimentos, gerar empregos e trazer mais felicidade ao nosso povo.
O senhor é autor de um projeto de lei que prevê a possibilidade de conversão da prisão em flagrante em preventiva, no caso de reiterada prática de crimes de furto. Por que tal proposta?
Essa sensação de impunidade é um estímulo para a prática de delitos e crimes. Esse projeto ajuda a reduzir essa sensação. Hoje em dia, muitas pessoas são furtadas e nem fazem boletim de ocorrência porque sabem que não dará em nada. O furto é capitulado como algo que não é passível de prisão preventiva. Então a pessoa comete o furto, é levado à delegacia e logo é solto. Com esse projeto, o cidadão cometeu um furto, no segundo ele é preso preventivamente até que o processo tramite no judiciário.
O senhor lançou recentemente o livro “Deus quis – Eleições na era digital”, como surgiu a ideia de fazer essa publicação?
No Rio de Janeiro, a minha eleição foi uma surpresa geral para todo mundo. Eu sou uma pessoa de mais idade e eu deveria estar mais desligado da tecnologia, mas eu soube me adaptar. Hoje sei que muito da opinião pública é formado nas redes e, se você tem um discurso adequado, é possível sintonizar com essa população que usa as redes sociais. O presidente Bolsonaro já tinha mais de 40% de intenção de votos no Rio de Janeiro e ele me convidou para ser candidato junto com ele. O meu discurso é o mesmo dele e tudo isso foi sintonizado nas redes sociais. Eu conto tudo isso no livro. É possível encontrar o livro em plataformas digitais e nas livrarias.