O jornalismo profissional, que tem a missão de entregar a verdade e para tanto adota todas as técnicas jornalísticas, é decisivo para a defesa e fortalecimento da democracia, assinalaram nesta quinta-feira (17) os participantes do terceiro painel do 29º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, realizado em Brasília.
“Para enfrentar as fakes news e outras formas de desinformação, é preciso de jornalismo responsável, com CNPJ ou CPF, perfeitamente auditável”, disse Luís Fernando Ávila, diretor regional de jornalismo do Grupo Globo. Segundo ele, é trabalho do jornalismo profissional checar as informações quantas vezes forem necessárias. “Este é o nosso ganha pão, é o que nos dá a credibilidade”. Para ele, sem o jornalismo, a desinformação cresce, desunindo as pessoas, separando famílias e dividindo a nação.
Segundo o mediador, Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, a credibilidade do jornalismo é fundamental, desde as grandes empresas até as pequenas emissoras de rádio. Ele também assinalou que o mundo vive hoje uma crise de desinformação, onde cada pessoa se torna um editor, quando na verdade essa é uma tarefa do jornalismo profissional. “Produzimos conteúdo de forma responsável. Isso nos diferencia das grandes plataformas”, afirmou, lembrando ainda que jornalismo também erra, mas tem a responsabilidade de corrigir, ao contrário de sites e blogs mal-intencionados.
Rodolfo Schneider, diretor-executivo de jornalismo da BAND, lembrou que, nas eleições deste ano, houve elevado investimento dos partidos políticos no impulsionamento de conteúdo nas redes sociais. No sentido inverso, rádios e televisões, mais uma vez, tiveram de veicular propaganda gratuitamente e em horário que poderia ser comercializado. Assim é também com a Voz do Brasil, obrigatória na programação das emissoras de rádio. Segundo ele, por outro lado, as empresas digitais ainda não são devidamente responsabilizadas pela desinformação que circula em suas plataformas, mas estão livres para agregar receita.
José Occhiuso, diretor nacional de jornalismo do SBT, destacou que a sociedade brasileira já detém alguns importantes antídotos à desinformação e às fake news: jornalismo profissional, sites de checagem, Judiciário passivo (desde 2020, o TSE tem sua própria ferramenta de checagem, por exemplo) e Judiciário ativo, como no caso do Inquérito das fake news.