O ator Lima Duarte, convidado especial do encontro "Rádio: Mercado em Sintonia", emocionou a plateia de mais de 500 participantes presentes ao Teatro do Renaissance São Paulo Hotel, em São Paulo (SP), na quarta-feira (25).
Aos 90 anos, o artista, um dos mais completos do Brasil, falou sobre sua experiência em rádio no início da carreira artística, no interior de Minas Gerais, e relembrou sua trajetória até chegar à televisão. Ele contou que lia o jornal para o pai, inclusive inventando notícias que não estavam escritas. Lima disse que depois que o pai dele ganhou um rádio, objeto raro na pequena cidade de Sacramento (MG), a vizinhança se juntava na porta da casa da família para tentar ouvir o rádio junto. "Meu pai dizia que quem detém a informação, detém o poder. Então ele ouvia rádio bem baixinho, para ninguém ouvir", relatou, arrancando risos do público.
O ator também falou sobre seu trabalho na Rádio Tupi, ainda muito jovem, e "por acaso": ao falhar num teste para uma vaga de locutor, "por causa do sotaque caipira", um técnico de som ofereceu trabalho a ele, que aceitou."O meu trabalho era chegar às seis horas da manhã, pegar uma válvula até o filamento ficar vermelho. Aí, nos intervalos, eu ia pro estúdio e imitava porco, cavalo, galinha, cachorro, e dei uma palhinha para demonstrar alguns desses sons criados com o corpo", detalhou.
Segundo Lima Duarte, foi assim que ele se tornou sonoplasta, até ser convidado para fazer radionovela. "Fiz radioteatro por muitos anos. Fui sonoplasta, radioator e teleator". Lima Duarte encantou a plateia com suas inúmeras histórias e saiu aplaudido de pé ao final de seu depoimento.