Uma importante conquista para o setor de radiodifusão pode ser comemorada neste Dia do Radialista. Nesta quinta-feira, 7, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto que autoriza a migração de rádios AM para FM. Os requerimentos poderão ser feitos a partir de 1º de janeiro de 2014.
“A migração vai trazer menos ruído e interferência para que milhares de emissoras mantenham seus ouvintes, ganhem poder de negociação com anunciantes e cheguem às novas gerações por meio de celulares e tablets. Isso ajudará a manter o rádio como principal meio de comunicação do país”, disse a presidente ao discursar para mais de duas centenas de empresários do setor, comunicadores, ministros e parlamentares, no Palácio do Planalto.
Os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, participaram da cerimônia, que foi aberta pelo presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero.
Slaviero disse que a assinatura do decreto “é o fato mais relevante para o rádio AM nos últimos 50 anos”. Segundo ele, o rádio enfraqueceu com o surgimento de novos meios de comunicação, como a TV, mas principalmente pela queda da qualidade de áudio, provocada por interferências.
Lembrou que a mudança beneficia a maioria das emissoras AM de pequeno porte. “Esta é uma medida justa, que valoriza o pequeno radiodifusor, pois 79% das rádios AM têm até 5Kw de potência, faturamento médio de 50 mil e estão em cidades de pequeno e médio porte”, disse.
A Abert estima que 90% das 1794 rádios AM do país vão fazer a migração, com um custo médio de R$ 70 mil. Esta é uma demanda do setor apresentada em 2011 pela Abert e pelas associações estaduais, preocupadas com o agravamento das interferências.
Período de transição
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, garantiu apoio do governo no processo de migração. “Durante certo tempo, permitiremos que se transmita tanto em AM quanto em FM, possibilitando também a migração de audiência.”
Segundo ele, a faixa de frequência em que hoje operam as rádios FM comporta as emissoras que migrarão. Apenas nas grandes cidades, onde não há espectro disponível, as novas FMs serão alocadas nas faixas 5 e 6 de televisão, que serão liberadas com a digitalização da TV analógica. O plano de transição para o rádio deve ser divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) nos próximos meses.
O ministro disse que até o próximo ano o governo e a indústria irão tratar da fabricação de novos equipamentos adaptados para a mudança de faixa, no caso das emissoras que migrarão para os canais de VHF.
Os radiodifusores presentes no Planalto comemoraram a medida. “É um momento histórico, extremamente importante para o rádio brasileiro, porque vai possibilitar melhores condições de som e de audiência em equipamentos como celulares e tablets. Dá uma grande perspectiva ao rádio brasileiro”, disse o ex-presidente e conselheiro da Abert, Paulo Machado de Carvalho Neto.