O ministro das Comunicações, André Figueiredo, afirmou nesta quarta-feira (18) que o desligamento do sinal analógico de televisão na cidade de Rio Verde (GO) vai ocorrer na data prevista, dia 29 de novembro. O anúncio foi feito em audiência pública realizada pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.
O município de Goiás será o primeiro do país a ter o sinal analógico interrompido e, segundo o ministro, será referência para os próximos desligamentos. “É o momento em que nós vamos definir quais erros e acertos precisam ser levados em consideração para que, quando formos desligar a próxima região, que é Brasília, dotada de um grande contingente populacional, nós termos a possibilidade de minimizar prejuízos à população”, ressaltou Figueiredo.
Mudança de planos
Na semana passada, Figueiredo chegou a anunciar, durante um fórum em João Pessoa (PB), que o switch off em Rio Verde seria adiado por dois meses a partir da data prevista.
Segundo Figueiredo, o adiamento aconteceria pela necessidade de mudança na metodologia para alcançar a meta estabelecida pelo Ministério, de 93% da população com acesso à TV aberta terrestre.
De acordo com pesquisa realizada na segunda quinzena de setembro, apenas 49% dos domicílios de Rio Verde estavam aptos para receber o sinal digital. Com a entrega de set-top boxes aos beneficiários do programa Bolsa Família, incluindo a distribuição dos aparelhos, a cobertura da TV digital terrestre aumentaria para 60% na cidade goiana. Uma última pesquisa será divulgada no dia 25 com a aferição atualizada.
Insegurança em Rio Verde
A pouco mais de uma semana para o desligamento do sinal analógico em Rio Verde, parte da população vive de incertezas. O principal desafio tem sido garantir a migração em residências de classes baixas que não tenham beneficiados pelo programa Bolsa Família. Na cidade goiana, os kits conversores são vendidos por volta de R$399 e os aparelhos novos começam em R$900.
Durante o 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, em outubro, o presidente da Abert, Daniel Slaviero, defendeu o adiamento do switch off e alertou que o momento econômico atual é outro, com altas taxas de inflação e desemprego. Ele pediu, ainda, a reflexão sobre o risco de impor mais um ônus para a população, principalmente para as pessoas de baixa renda, que terão que optar entre pagar uma conta ou comprar um conversor ou uma nova televisão.
De acordo com o ministro, o governo não abrirá mão de cumprir o prazo até 31 de dezembro de 2018 para o desligamento da TV analógica em todo o país.
Foto divulgação