Uma emissora de rádio da cidade de Vacaria, no Rio Grande do Sul, participou de uma situação inusitada: recebeu um pedido de socorro de uma ouvinte vítima de violência familiar. O episódio enfatizou o caráter múltiplo das funções e a força do meio. Além de informar, entreter e fazer companhia, o rádio pode salvar vidas, tanto em situações coletivas, como catástrofes climáticas, quanto em ambientes privados, como em casos de violência doméstica.
Uma mulher de 38 anos ouvia a entrevista de um delegado, veiculada ao vivo pela emissora, quando decidiu mandar um pedido de socorro ao radialista responsável pela transmissão. No texto, ela afirmou que era vítima de violência doméstica, sofria ameaças constantes e passou o endereço de sua casa, localizada na área rural da cidade de Bom Jesus, a 60 quilômetros da sede da emissora. Ao tomar conhecimento do relato, o delegado acionou a polícia do município vizinho, que libertou a denunciante e prendeu o marido em flagrante.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de feminicídios no primeiro semestre de 2020 cresceu 1,9%, em relação aos seis primeiros meses do ano anterior. Também houve aumento no número de chamadas pelo telefone 190 para denúncias de violência doméstica. Para conter casos semelhantes, rádios e TVs do todo o país também veiculam campanhas de conscientização e alerta sobre a importância de registrar denúncias e pedir socorro.