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    Painel promove debate sobre notícias falsas: jornalismo é a solução

    Para fechar a manhã de quarta-feira (22) no 28º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, o painel “Sociedade da informação e os desafios da desinformação” promoveu o debate sobre comunicação e notícias falsas.

    O presidente da Associação Nacional de Jornais e vice-presidente do World Editors Forum (WEF), Marcelo Rech, mediou o painel que teve a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, do sociólogo e especialista em Ciências da Comunicação, o francês Dominique Wolton, e do diretor executivo de Jornalismo da CBN, Ricardo Gandour. Todos foram unânimes: o jornalismo é a arma mais forte no combate às notícias falsas.

    As chamadas fake news, ou notícias falsas, são, segundo o ministro Fux, conteúdos capazes de causar danos irreparáveis a pessoas e organizações. A dois meses das eleições, ele citou o alto risco de uma notícia fraudulenta causar prejuízo à federação. “Uma democracia é um governo do povo, para o povo. Por isso, é preciso que todos conheçam verdadeiramente seu representante. Uma notícia falsa pode gerar uma dúvida e até tirar um voto. Elas violam o princípio de moralidade, da democracia da própria soberania popular. É um retrocesso”, disse ele.

    Fux lembrou que já existem soluções legais contra as fake news que poderão ser aplicadas nas eleições, como danos morais, crimes contra honra, calúnia eleitoral, cassação de diplomas e multas. Além disso, se houver comprovação de que uma candidatura foi ganha por meio da disseminação de notícias falsas, ela poderá ser anulada.

    O ministro também parabenizou as emissoras de rádio e televisão que assinaram, voluntariamente, um protocolo de auxílio no combate às fake news. “Com isso, é preciso também que a sociedade pratique a ética por meio do voto consciente; checar a fundo uma informação antes de compartilhá-la”.

    Em complemento à defesa dos direitos da sociedade e liberdade de imprensa, Ricardo Gandour citou o jornalismo e a democracia como salvações para as fake news. “Essas são duas instituições fortes, porém ameaçadas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, estão colocando a imprensa contra a sociedade, como uma inimiga do povo. Mas o jornalismo é, na verdade, pautado sobre a ética em informar, ainda com nossas imperfeições, mas sempre acrescentando, corrigindo erros e com a responsabilidade crescente de informar a verdade”, concluiu.

    O sociólogo Dominique Wolton condenou a adoração à internet. “Me apresentaram a internet como o futuro da humanidade! Não! Me chamam de conservador por não ser um defensor da internet. Apesar de formidável, ela não é extremamente útil para preservar a veracidade da informação”, afirmou ele.

    “A principal ameaça para a liberdade da informação é o cidadão. Muitas vezes somos nós que não aceitamos receber as informações que são contrárias aos nossos valores e assim, compartilhamos o que queremos crer”, explicou.

    Segundo Dominique, a mídia e o jornalismo precisam ser a fonte de informação dos homens, e não as redes sociais. “As redes estão sujeitas ao erro, a mentiras. Por isso, acreditem na mídia. Falam que o rádio, a televisão, o jornal foram condenados e têm dias contatos após o surgimento da internet, mas não! A internet nunca ocupará o ofício do jornalismo que é baseado na informação”.

    Os palestrantes também defenderam a importância de uma regulamentação que dite regras sobre o que é compartilhado na internet.

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