Termina nesta sexta-feira, a Semana Nacional de Mobilização de Doação de Medula Óssea. A semana foi instituída em 2009 por lei sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de autoria do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). O objetivo é de esclarecer e incentivar as pessoas para a doação de medula. A lei ficou conhecida como “Lei Pietro” em homenagem ao filho do deputado, que faleceu vítima de leucemia após lutar por 13 meses, e sem sucesso, por um doador compatível. Albuquerque, que é líder da bancada do PSB na Câmara, explica que no Brasil mais de 10 mil novos casos de leucemia são registrados por ano e em mais da metade desses casos o tratamento deve ser realizado com a doação.
Com quatro anos de vigência da lei, o número de doadores voluntários aumentou de 750 mil para 3 milhões em todo o país, com isso, o Brasil se tornou o terceiro maior banco de dados do gênero do mundo, ficando atrás apenas dos registros de doadores dos Estados Unidos e Alemanha. Leia os principais trechos da entrevista de Albuquerque à Abert.
Qual importância da Semana Nacional de Mobilização de Doação de Medula Óssea?
Ela é muito importante porque é uma forma de esclarecer dúvidas e aumentar o número de doadores no sistema nacional de medula . A Leucemia, que é uma doença silenciosa, em muitos casos, só pode ser combatida com o transplante. E para isso é preciso ter doadores. Para acharmos doadores compatíveis, em alguns casos, é preciso analisar até 100 mil amostras. Quanto mais pessoas cadastradas no sistema, mais são as chances de conseguirmos salvar os doentes.
Temos um número crescente de casos de Leucemia no Brasil?
No país são 10 mil novos casos de leucemia todos os anos. Mais da metade depende de transplante. Essa dificuldade eu passei na minha vida. Perdi meu menino com 19 anos, após 13 meses atrás de um doador compatível sem sucesso. Desde o dia que a lei entrou em vigor, e que leva o nome do meu filho, Pietro, o número de doadores subiu de 750 mil brasileiros cadastrados em 2009 para mais de 3 milhões de pessoas cadastradas no sistema. Por isso, faço um apelo para que as pessoas continuem se cadastrando no sistema. Precisamos mobilizar a sociedade para tirar dúvidas e assim as pessoas saberão que a doação de medula é algo muito fácil de ser feita. A doação deve ser feita nos hemocentros das cidades brasileiras.
Nesta quarta semana de mobilização, as pessoas estão mais informadas e conscientizadas a respeito da importância da doação?
Ninguém é solidário com o que não conhece. As pessoas precisam saber qual a importância disso e como é esse procedimento. Todas as pessoas com quem nós conversamos acabam tomando consciência e se cadastrando, porque conhecem a facilidade e a simplicidade do procedimento de doação. Para quem doa a medula não há nenhuma conseqüência, mas para quem recebe é a salvação de uma vida. Para se cadastrar, deve-se procurar um hemocentro e retirar 5 ml de sangue do braço, como se fosse fazer um exame laboratorial. Desse sangue retirado sairão às informações genéticas, e essas informações irão para um banco nacional, administrado pelo Instituto Nacional do Câncer. Se um doente for compatível a pessoa será chamada para fazer a doação. Estamos vendo esse número de doadores crescer, porque as pessoas estão perdendo o medo e aprendendo a ser mais solidários.
Assessoria de Comunicação da Abert