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    Parlamento - Deputado André Vargas (PT-PR)

    As manifestações que tomaram as ruas do país no mês passado revelam uma exigência por mais participação na vida política brasileira. Essa é a opinião do vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), que visitou a Abert na terça-feira, 3. O parlamentar foi recebido pelo presidente da entidade, Daniel Pimentel Slaviero, conselheiros e representantes de outras associações e empresas do setor. Vargas falou à Rádio Abert sobre diversos temas, entre eles, o momento político do país,  as manifestações populares e as forma de o Congresso Nacional responder às demandas da sociedade. “Precisamos entender o novo formato desta sociedade sob o impacto das novas tecnologias”, disse.

    Confira os principais trechos da entrevista do vice-presidente da Câmara dos Deputados à Abert.´

    O tema da reforma política voltou a ser discutido no país. Qual é a sua opinião sobre o assunto?

    Eu sonho com uma reforma política que possa resolver a questão do financiamento de campanha, que é o grande nó da política atual. Isso ajuda a inibir a presença de jovens, negros e mulheres na política. A presidente Dilma abriu esse canal para fazer uma reforma política por um plebiscito. A oposição prefere o referendo. Outros entendem que o plebiscito deveria ser feito em 2014, em função do curto prazo, para que possa haver tempo de debate entre os políticos e para que a população possa entender quais são os pontos essenciais a serem resolvidos.  O TSE já informou que precisa de tempo para montar a estratégia de divulgação.  Precisamos de tempo para informar à população. Esse não é o único assunto em debate. Os governos precisam, a curto prazo, melhorar o sistema de atendimento à população. Talvez seja necessário tomar medidas de gestão claras e rápidas para aprimorar os serviços públicos.

    Como o senhor analisa as manifestações de junho?

    Precisamos entender o novo formato desta sociedade sob o impacto das novas tecnologias. Hoje há um novo jeito de receber e trocar informações e opiniões, por meio das redes sociais, e precisamos aprender com isso.  Eu tive contato com alguns dos jovens manifestantes. A pauta é diversa, é contra a institucionalidade, não para derrubá-la, mas para aprimorá-la. Os jovens têm muita vontade de se expressar e não estão conseguindo isso pelos formatos tradicionais.  As relações que eles pretendem são relações mais iguais, mais próximas, querem falar, querem ser ouvidos, querem participar. Nós, políticos,  precisamos entender essas manifestações e aprender com elas. Os servidores públicos, que têm estabilidade no emprego, precisam também estar atentos às manifestações, já que a sociedade não está satisfeita com o serviço público prestado.

    O senhor é autor de um Projeto de Lei que regulamenta o direito de resposta.

    Sim. Desde a revogação da Lei da Imprensa no STF, nós ficamos sem a possibilidade do direito de resposta. Precisamos de uma lei moderna que possa dar um conforto aos veículos de comunicação para saber exatamente o momento de ceder esse direito de resposta. Precisamos assegurar a quem se sentir prejudicado por alguma informação o direito ao esclarecimento.

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