Atual política de combustíveis brasileira é nefasta para o país, afirma deputado
O controle do governo federal na política de combustíveis é prejudicial ao país. A opinião é do deputado federal Renato Molling (PP-RS), um dos parlamentares que sugeriram a realização de audiência pública para debater o tema na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, na última quarta-feira (1). “Isso impede que o preço da gasolina e do diesel acompanhe as flutuações do mercado internacional. A interferência governamental no preço costuma seguir o preço internacional apenas quando ele sobe”, afirma.
O deputado aponta ainda a alta carga de impostos e a grande participação do álcool na composição da gasolina como fatores que oneram os preços dos combustíveis. Para ele, o Brasil deve passar a acompanhar o padrão internacional de preços. Confira trechos da entrevista concedida à Abert.
1) Como o senhor avalia a atual política de preços de combustíveis no país?
É nefasta para o desenvolvimento do país. Infelizmente, a política de preços dos combustíveis é elaborada diretamente pelo governo federal, que controla rigidamente o preço de revenda. Isso impede que o preço da gasolina e do diesel, por exemplo, acompanhe as flutuações verificadas no mercado internacional. Essa interferência costuma seguir o preço internacional do petróleo apenas quando ele sobe. Quando torna a baixar, nosso combustível continua com o preço no mesmo patamar.
2) O que explica o alto preço dos combustíveis no Brasil?
O que mantém o preço dos combustíveis altos no Brasil são os impostos. Dependendo do Estado em que se faz a pesquisa, podemos verificar uma participação de taxas, contribuições e impostos em até 57% no valor final do litro de gasolina pago pelo consumidor. É demais. E não há paralelo para esta alta carga no mundo. Quanto às frequentes altas, elas têm várias motivações. Uma é o já mencionado descolamento da nossa política de preços do mercado internacional que, paradoxalmente, faz a gasolina subir quando o preço do barril de petróleo sobe; e outra, muito importante, é a participação do álcool na composição da nossa gasolina.
3) No Brasil, inexistem regras para reajustes. Em sua opinião, quais medidas devem ser tomadas para minimizar distorções e oscilações nos valores?
O mais importante, no curto prazo, é o Brasil passar a acompanhar o mercado internacional em seus reajustes. Claro que gostaríamos que os impostos fossem reduzidos drasticamente e de forma imediata. Nossa bandeira principal é esta. Mas precisamos jogar com a realidade. Diminuir o percentual de álcool anidro na composição da gasolina também é uma boa solução.
Assessoria de Comunicação da Abert