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    Prazo para desligamento da TV analógica desafia governo e radiodifusores

    O desligamento da TV analógica foi um dos painéis de debate do Seminário Políticas de (Tele)comunicações, realizado em Brasília. O presidente da Abert, Daniel Slaviero, um dos debatedores, disse que ainda é cedo para afirmar se o desligamento da TV analógica acontecerá dentro dos prazos estabelecidos.

    "O que podemos dizer é que as primeiras reuniões do GIRED (grupo de implantação da TV digital) têm sido duras, mas muito pragmáticas, e há um grande compromisso de todos para que o processo funcione, mas não dá para dizer agora se vai dar tempo", disse Slaviero.

    Ao lembrar que, segundo o cronograma, entre abril e maio de 2016, o sinal analógico deverá ser desligado em 40% dos domicílios, Slaviero fez um alerta. Disse que “é necessário não perder o foco em novas ideias e estratégias, pelo menos não no curto prazo, pois há prazos muito apertados a serem cumpridos”.

    Slaviero destacou ainda que é preciso garantir que os telespectadores possuam equipamentos aptos à recepção digital. Segundo ele, nas cidades médias já há pelo menos uma emissora transmitindo em sinal digital, mas que, seguindo o exemplo de outros países que passaram por essa migração, “o ponto crítico não é a transmissão, é sempre a recepção”. 

    A  diretora executiva de relações institucionais e regulatórias da Telefônica Vivo,  Leila Loria, também participou do debate e concordou com Slaviero que esse não é o momento de perder o foco e que a atenção deve estar voltada para o cumprimento dos cronogramas previstos. "A EAD (Empresa de Administração da TV Digital) pode representar no futuro algumas oportunidades interessantes de novos negócios, mas agora o nosso foco é cumprir o cronograma", disse.

    O presidente do GIRED e conselheiro da Anatel, Rodrigo Zerbone, concordou que o cronograma de implantação da TV digital é muito duro e disse que o grupo tem trabalhado intensamente para seguir a programação estabelecida pelo Ministério das Comunicações.

    Para Nelson Breve, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o cronograma apertado não é o único problema. Segundo ele,  as emissoras públicas estão preocupadas com o espaço a elas destinado para a manutenção e expansão. Breve disse ainda que o processo não privilegiou o campo público e que os desafios estão na modernização dos equipamentos e na melhoria da qualidade do sinal. “Os radiodifusores públicos terão grandes dificuldades para fazer essa transição, sem dúvida nenhuma”, afirmou. 

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