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    Radiodifusão acertou ao não permitir fim do sinal analógico sem cumprimento da meta, afirma diretor da ABERT

    Os desafios do desligamento da TV analógica, o futuro da comunicação apenas com o sinal digital e o processo de liberação da faixa de 700 MHz para a telefonia móvel foram os temas debatidos no SET Centro-Oeste, nesta terça-feira (22), em Brasília (DF).

    No painel que abordou o fim do sinal analógico em Brasília, em 17 de novembro, o diretor de Uso e Planejamento do Espectro da ABERT, Paulo Ricardo Balduino ressaltou o papel fundamental da radiodifusão. Segundo ele, foi correta a decisão do setor de permitir que o sinal analógico somente fosse desligado após ter sido atingido o percentual de domicílios aptos a receber o sinal digital.

    “Alcançamos entre 90 e 92% dos domicílios de Brasília e cidades do entorno do DF. Isso indica que a proposta da radiodifusão é alcançável. E vamos lutar para que essa meta seja atingida nas próximas cidades”, disse.

    Balduino lembrou que ainda há espaço para melhorar a preparação dos próximos desligamentos, já que a experiência em Brasília é considerada o primeiro teste real. "Seguramente, haverá lições a ser aprendidas”, afirma.

    Ainda segundo Balduino, "agora é hora de se consolidar o desligamento através do acompanhamento contínuo dos aspectos de cobertura, recepção e convivência da TV digital com a banda larga móvel. Aparecendo eventuais problemas com a cobertura digital, ajustes deverão ser feitos para que a população não fique prejudicada". Ele lembrou que tais ajustes são inerentes a este tipo de processo de migração tecnológica, e que várias são as alternativas para solucionar eventuais problemas, como o compartilhamento de infraestrutura para viabilizar o uso de reforçadores. “Os radiodifusores saberão trabalhar em conjunto em prol do melhor desempenho da TVD”, disse.

    Sobre o futuro da convivência dos serviços nas cidades que desligaram o sinal analógico, o diretor da ABERT ressaltou que somente em meados do próximo ano será possível detectar como será, mas pelas medidas preventivas já implementadas e pelas providências corretivas planejadas, as expectativas são positivas. “A entrada do serviço de LTE (banda larga) na faixa de 700 MHz só ocorrerá no meio de 2017. Somente aí poderemos detectar se haverá ou não interferência do sinal. O ideal é que não ocorra, mas devemos ficar atentos”, disse.

    No mesmo painel, o diretor técnico da EAD (Entidade Administradora de Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais TV e RTV), Gunnar Bedicks, fez um balanço do trabalho da entidade no desligamento do sinal analógico em Rio Verde, Brasília e cidades do entorno. Para Bedicks, a chegada do sinal digital só foi possível pelo trabalho conjunto de todos os envolvidos, radiodifusores e operadoras.

    “Não foi fácil atingir o número necessário de domicílios aptos a receber sinal digital. Isso só foi possível pelo empenho dos voluntários, engenheiros, alunos do Senai e órgãos públicos. Realizamos campanhas diárias nas ruas e nos veículos de comunicação. Fizemos feirões, gincanas, eventos, feiras em todas as cidades em mais de uma vez. Capacitamos instaladores de antenas, treinamos estudantes”, disse. Ele afirmou também que ainda haverá avanços na cobertura do sinal digital com a entrega dos kits remanescentes. Apresentou resultados das medidas que a EAD havia feito em municípios desligados, que mostravam uma expressiva menor quantidade de canais digitais em comparação com os analógicos.

    Em 2017, mais de 340 cidades em oito estados terão o sinal analógico de TV desligado. A primeira etapa será no dia 29 de março, onde 39 cidades de São Paulo, incluindo a capital, receberão apenas o sinal digital de TV.

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