No Canadá e nos Estados Unidos, a Samsung anunciou o desbloqueio do chip de rádio FM na fabricação dos próximos smartphones. A informação é da TagStation LLC, dona do aplicativo NextRadio, que permite sintonizar as emissoras pela frequência e mostra informações do conteúdo utilizando a internet. Além da gigante coreana, a Alcatel, LG e Motorola também se comprometeram em habilitar a recepção de FM em seus futuros celulares.
“A expectativa da ABERT é que essa determinação chegue, também, ao Brasil. A ativação do chip FM nos celulares brasileiros é uma das prioridades da ABERT desde 2014, quando foi lançada a campanha ‘Smart é ter rádio de graça no celular’”, afirma o diretor geral da ABERT, Luis Roberto Antonik.
A campanha da ABERT orienta o ouvinte a sempre escolher, na hora da compra, um celular que tenha o dispositivo de recepção de FM embutido, além de incentivar as empresas a fabricar aparelhos com o dispositivo desbloqueado. A presença do rádio FM no celular garante ao ouvinte escutar sua emissora favorita gratuitamente, sem utilização do pacote de dados da internet.
Após intenso trabalho da Associação junto ao governo federal e aos parlamentares, foi aprovado, em novembro, pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados (CCTCI), o projeto de lei (PL nº 8438/2017), que obriga as empresas fabricantes ou montadoras de celular a disponibilizar a recepção do rádio FM.
“O rádio é um poderoso e importante meio de comunicação gratuito para a população e o projeto de lei protege os consumidores com menor poder aquisitivo, já que escutar rádio por streaming consome os créditos do plano de dados, inviabilizando o acesso à programação”, defende Antonik.
O projeto estava pronto para ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e, se aprovado, seguiria para o Senado. Mas contrariando a tendência mundial de ativação do chip FM nos celulares, após forte pressão da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), foi criada mais uma comissão para a análise da proposta, retardando a aprovação final do projeto. Antes da CCJ, a proposta passará ainda pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS).