O presidente da ABERT, Flávio Lara Resende, participou, na terça-feira (18), do Seminário Políticas de Comunicações, promovido pelo portal Teletime, em Brasília. Durante o painel sobre as prioridades da agenda do rádio e da televisão para 2025, Lara Resende destacou a necessidade de políticas regulatórias que incentivem a inovação e garantam condições equitativas para todos os agentes do setor.
“Sem dúvida, a rápida evolução do cenário digital exige um olhar atento e colaborativo de todos os envolvidos. O setor de comunicações é fundamental para o fortalecimento da democracia, o crescimento econômico e a inclusão digital e social. Precisamos de políticas públicas que enfrentem os desafios contemporâneos e antecipem oportunidades futuras, promovendo um ambiente regulatório equilibrado e inovador”, afirmou.
Ele também lembrou que a conclusão do desligamento do sinal analógico de TV está prevista para este ano e alertou que o Ministério das Comunicações (MCom) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) devem acompanhar de perto as novas demandas digitais e a transição de outorgas de rádio e TV de caráter secundário para primário. Segundo Lara Resende, é essencial garantir a continuidade dos serviços de radiodifusão e a segurança dos investimentos das emissoras.
Lara Resende apontou ainda a responsabilização das plataformas digitais pelo conteúdo veiculado como uma das prioridades da agenda de 2025. Para o presidente da ABERT, “a responsabilização resolve praticamente 70% da discussão sobre o assunto”.
"Se tivermos a decisão do Supremo Tribunal Federal do artigo 19, nós achamos que será mais do que meio caminho andado. Temos que tomar um cuidado muito grande, porque defendemos a regulamentação, não a censura ou a falta de liberdade de expressão ou de imprensa. É muito importante que não se misture isso, mas a responsabilização é fundamental", concluiu.
Para o presidente da ABERT, a definição de regras para streaming e aplicações de Inteligência Artificial (IA) são marcos fundamentais para garantir um ambiente de competição equilibrado e a proteção da indústria audiovisual nacional.
O painel contou ainda com a participação de representantes da Conexis Brasil Digital, da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) e da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp), com mediação do diretor editorial do Teletime, Samuel Possebon.
Já no painel “Um novo tempo para a comunicação social eletrônica”, o diretor de Assuntos Institucionais da Globo e conselheiro da ABERT, Marcelo Bechara, destacou que os serviços de streaming ainda não conseguem igualar a radiodifusão quando se trata da distribuição de conteúdo em larga escala.
“Com a tecnologia atual, não há plataforma de distribuição de conteúdo audiovisual de massa que atinja a eficiência e a capacidade da radiodifusão”, afirmou Bechara. Ele explicou que a TV pode alcançar milhões de telespectadores por meio de uma única antena, enquanto o streaming depende de uma infraestrutura complexa de internet, que envolve custos elevados com rede, processamento e data centers. Essas características, segundo Bechara, reforçam a importância do modelo de radiodifusão 3.0 para o Brasil.
*Com informações Teletime