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    Senadora cita relatório da ABERT ao falar sobre morte de Tim Lopes

    Ao lembrar os 15 anos da morte de Tim Lopes, jornalista assassinado enquanto investigava e divulgava informações sobre o abuso de menores e o tráfico de drogas na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, a também jornalista e senadora Ana Amélia (PP/RS) falou sobre as agressões aos profissionais da imprensa no Brasil.

    Para a senadora, a atual situação política brasileira proporciona ocasiões que podem agravar os casos de violência contra jornalistas, e é preciso impedir essas agressões.

    Em entrevista à Rádio Senado, Ana Amélia citou os números divulgados pelo relatório anual da ABERT sobre Violações à Liberdade de Expressão e lembrou os diversos eventos ocorridos em 2016, como as manifestações durante o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff e os jogos olímpicos, que aumentaram os casos de violência a jornalistas. “A morte de Tim Lopes é uma triste referência que deveria contribuir para mitigar o problema, mas não. Dados da ABERT mostram que o total de casos de violência registrados no Brasil ano passado aumentou mais de 60% em relação a 2015. Desta forma, qual o grau de segurança o profissional de comunicação terá para continuar denunciando crimes, fraudes e corrupção?”, questiona.

    Segundo dados coletados pela ABERT, apesar de o número de assassinatos ter caído de 8 em 2015 para 2 em 2016, o total de casos de violação à liberdade de expressão no Brasil saltou de 116 para 172 ocorrências, envolvendo pelo menos 261 profissionais e veículos de comunicação. Segundo a Press Emblem Campaign (PEC) o país é o 6° mais perigoso para o exercício da profissão.

    Para a senadora, existem dois tipos de agressões a jornalistas: "as graves - como assassinatos e agressões físicas -, condenadas com afinco por toda a população, e a violência sutil, também chamada de intimidação". Segundo Ana Amélia, este tipo de repressão causa danos graves à notícia, ao jornalismo e aos leitores. “Na hora em que o jornalista sofre uma primeira agressão ele passa a ter não só um reflexo emocional e psicológico, mas também a insegurança de continuar exercendo a profissão, muitas vezes perigosa”, alerta.

    A ABERT acompanha com atenção todos os casos de agressões a jornalistas e recrimina com veemência todos eles.

    O diretor geral da ABERT, Luis Roberto Antonik, cita a mudança de comportamento que tais agressões provocam nas emissoras. “O risco de cobrir eventos como as recentes manifestações na Esplanada dos Ministérios tem feito os veículos de comunicação mudarem suas estratégias para continuar informando a população sobre os acontecimentos. Muitas vezes, os veículos de comunicação e seus profissionais são obrigados a trabalhar sem a identificação da imprensa, noutras, as transmissões das notícias são feitas em locais distantes das manifestações, só para não colocarem seus profissionais em risco. É um absurdo o jornalista trabalhar com medo”, critica.

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