As novidades do mercado de produção e distribuição de conteúdo foram tema dos debates promovidos pelo SET Regional Centro-Oeste, em Brasília.
O painel “A tecnologia interagindo com a regulação”, na quarta-feira (26), teve a participação do diretor geral da ABERT, Cristiano Lobato Flôres. Com moderação do presidente da SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão), Carlos Fini, a mesa contou ainda com a participação do secretário de Comunicação Social Eletrônica do Ministério das Comunicações, Wilson Diniz Wellisch, do superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Vinícius Caram, do diretor geral da Abratel, Samir Nobre, e do presidente da ASTRAL, e Gerson de Castro.
Ao falar sobre transformação digital, Lobato Flôres disse que a inovação está atrelada ao avanço tecnológico.
“A transformação tecnológica é visceral e a radiodifusão busca estar em todas as plataformas, levando à comunidade local onde muitas vezes a realidade digital não alcança, informação e entretenimento gratuitos. Buscamos um ambiente para concorrer de forma equilibrada, com a redução das assimetrias em relação às plataformas digitais. Não podemos desregulamentar responsabilidade, temos obrigação de levar informação confiável, principalmente, com a realidade das fake news nas plataformas”, afirmou.
Para Caram, as tecnologias estão cada vez mais convergentes. Segundo ele, no setor de radiodifusão “temos uma falha, porque temos agentes que não são regulados, existe uma falha com respeito a essas plataformas”. “Temos de agir e regular”, concluiu.
Já Wilson Wellisch disse que o MCom está atento às mudanças impostas pelas novas tecnologias, que passam por retirar regras, na medida do possível.
“Não podemos ser super regulamentados, mas precisamos mudar, por isso temos buscado a regularização das condutas do setor de radiodifusão”, afirmou.
Na parte da tarde, Lobato Flôres moderou o debate sobre os impactos da Taxa de Uso da Rede no cenário da mídia brasileira, que teve como painelistas Vinícius Caram, o conselheiro da ABERT, Marcelo Bechara, e a representante da Aliança pela Internet Aberta (AIA), Paula Rabacov.
De acordo com Bechara, a indústria de mídia está preocupada com a possível taxação de rede.
“Taxar a rede é comprometer o uso da rede pelos produtores brasileiros, podemos até nos aliar para encontrar soluções junto com as empresas de telecomunicações, mas não aceitamos pagar pelo uso da rede”, afirmou. “Tenho certeza que a solução não é tarifar, pois é muito difícil cobrar sem ferir o princípio de neutralidade da rede”, completou.
*Com informações do SET Centro-Oeste