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    Trabalhar para “fazer valer o direito do cidadão à informação” será um dos desafios do Conar, afirma Leifert

    “Vamos trabalhar para fazer valer o direito do cidadão à informação, fazendo valer os valores da publicidade.” A afirmação é do presidente do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), Gilberto Leifert, em entrevista à Rádio Abert, após ser reeleito para o biênio 2014-2016. Diretor da Central Globo de Relações com o Mercado e bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo, Leifert está à frente do Conar desde 1998, chegando ao nono mandato.

    O executivo ressalta a qualidade da publicidade no Brasil. Segundo ele, as reclamações endereçadas por cidadãos aos órgãos de defesa do consumidor sobre publicidade não chegam a 2% do número total de anúncios. “Isso mostra que a propaganda brasileira tem um bom nível ético”, afirmou. Leia os principais trechos da entrevista com Gilberto Leifert.

    - O senhor pode nos falar sobre a importância do CONAR para a sociedade brasileira?

    O Conar é uma das primeiras organizações da sociedade civil constituídas no Brasil moderno. Em 1978 o mercado publicitário criou regras para disciplinar a propaganda comercial veiculada no país, já que naquela época a única regra era censura. Essas regras criadas pelo mercado garantiriam que o anúncio seria honesto, verdadeiro e respeitador. Dois anos mais tarde foi constituída uma entidade por anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação que passou a aplicar essas regras criadas. De lá para cá, o Conar implantou câmaras que julgam esses anúncios com base no código de autorregulamentação publicitária.

    - Mais de 50% das queixas recebidas pelo Conar vêm de consumidores, o que isso representa?

    Houve uma evolução muito positiva, o Conar sempre pretendeu ser um órgão a serviço do consumidor. Há muitos anos o Conar monitora os anúncios no país. Nos últimos anos, o órgão passou a receber reclamações mais numerosas do público. Um número superior ao que o próprio Conar monitorava. O consumidor começou a fiscalizar as propagandas com base nas regras estabelecidas.  Isso significa que o consumidor é mais exigente, e que hoje ele conhece mais os seus direitos. A  estatística da participação do consumidor vem crescendo, mas também  é importante dizer que o número de reclamações fundamentadas e endereçadas por consumidores sobre publicidade junto aos órgãos de defesa do consumidor  é pouco significativo, não chegando a 2% do total de anúncios.  Isso mostra que a propaganda brasileira tem um bom nível ético.

    - Como o senhor vê a tramitação de projetos no Congresso Nacional com o objetivo de interferir na publicidade?

    Nós acompanhamos mais de 200 projetos de leis que miram na publicidade. Nós consideramos que o arcabouço legislativo existente – código de defesa do consumidor, leis específicas sobre publicidade de alguns produtos como tabaco, bebidas alcoólicas e etc -, juntamente com a autorregulamentação, já proporciona ao público garantia de respeito e boas práticas. E que, portanto, não seria necessário apresentar mais leis a respeito de publicidade.

    - Quais são as principais demandas do Conar para os próximos anos?

    Vamos acompanhar de perto as inúmeras tentativas de restrição à publicidade. Tentando fazer valer o direito do cidadão à informação, fazendo valer os valores da publicidade. O mundo se tornou mal humorado e intolerante, e acreditamos que o brasileiro não participa desta ideia. O brasileiro é generoso,  alegre e sabe distinguir o desrespeito da sacada inteligente que normalmente está presente nos anúncios. Será feito um grande esforço para impedir que a propaganda brasileira tenha sua capacidade de criação aviltada e mal humorada. Esse será um grande esforço do mercado.

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