Com os 12 países que adotaram o padrão ISDB-TV, entre eles o Brasil, a TV digital abre na América Latina uma ampla oportunidade de negócios. O assunto foi discutido na segunda-feira, 25, no painel Como criar a sua start up no mercado de televisão, durante o SET Expo 2014, encontro realizado pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão, em São Paulo.
De acordo com José Carlos Aronchi, consultor do Sebrae-SP, as "start ups", empresas temporárias e de base tecnológica, têm se lançado como soluções para esse mercado. “São ideias inovadoras que precisam de investimento e orientação na gestão”, explicou o consultor.
Segundo ele, as quatro funções da TV digital - interatividade, mobilidade, multiprogramação e alta definição - descortinam uma série de modelos de negócios inexplorados ou que ainda engatinham no mercado da TV.
O consultor do Sebrae-SP exemplificou diversos tipos de start ups que podem ser criadas para atender a essas funções, como a TV-commerce e os jogos. No primeiro caso, um telespectador poderia comprar a roupa que um apresentador estivesse usando, e, no segundo, participar de games integrados com a programação de uma emissora.
André Terra, co-fundador da Qual Canal, start up que analisa comentários sobre programas de TV em redes sociais, enxerga na primeira tela um filão para a criação de aplicativos. “Mas vejo essa necessidade mais focada na TV pública e nas classes D e E. Essas, por exemplo, têm menos mobilidade, mas têm suas TVs” declarou.
Para Nei Grando, organizador do livro Empreendedorismo inovador – como criar star ups de tecnologia no Brasil, os princípios das empresas tecnológicas iniciantes também podem ser aplicados dentro de corporações tradicionais e consolidadas. "Aqueles que estão nas organizações podem praticar o intra-empreendedorismo com a criação de projetos internos", disse.
Segundo ele, identificar um mercado grande e acessível, um problema com clara solução, útil e viável, além do público consumidor, são algumas das condições fundamentais para a criação de uma star up.
De acordo com Nei Grando, que também é consultor de negócios em TI, a redução de custos de infraestrutura tecnológica, a oferta de produtos e canais digitais, e as plataformas de desenvolvimento disponíveis na internet, são alguns dos motivos pelos quais tem havido uma “explosão” de start ups ao redor do mundo.
Somente no Brasil, na última década houve um crescimento de 44% em novos empreendimentos. “Essa tendência é tão latente dentro das áreas de formação que 84% das pessoas dizem estar dispostas a se engajar em um empreendimento”, afirmou o consultor do Sebrae-SP, José Marques.
Assessoria de Comunicação da Abert