Os casos de agressão, intimidação e ofensas a jornalistas e veículos de comunicação, além de outros tipos de violações à liberdade de imprensa, tiveram um grande aumento de 2015 para 2016. Enquanto no ano passado foram registrados 116 casos, até outubro deste ano, a ABERT já possui 194 registros de atentados à liberdade de expressão.
Entre os casos desta semana, está a agressão sofrida na quarta-feira (25) pelo repórter Fábio Linhares, o cinegrafista Luciney Araújo e dois operadores técnicos da TV Gazeta, afiliada da TV Globo em Vitória (ES). Um grupo de 30 pessoas, munido com pedaços de pau e pedras, atacou a equipe durante reportagem sobre o confronto entre traficantes e policiais no bairro Itararé. Os profissionais foram obrigados a deixar o local e buscar proteção em uma loja da região.
Na mesma cobertura jornalística, o repórter Alerson Schneider e o cinegrafista Marley Rocha, da TV Record, foram intimidados por um grupo de 25 pessoas. Um dos agressores ameaçava constantemente o repórter com uma faca, enquanto outros rapazes tentaram agredir com socos o cinegrafista. Os moradores chegaram a tomar a chave da moto link da TV, atirando-a no mato.
Já na quinta-feira (26), a jornalista Helen Braun, do programa Morning Show, da Jovem Pan, foi xingada pelo Twitter, ao se posicionar contra a isenção de impostos para igrejas, tema levantado durante o programa. Ao vivo, ela respondeu aos xingamentos, alegando que “um país laico como o Brasil não deve conceder benefícios a igrejas”.
Por meio de notas à imprensa, a ABERT tem repudiado, constantemente, a repetição dos ataques aos jornalistas no exercício da profissão, considerados pela Associação como “muito graves”.
De acordo com a ABERT, “é inadmissível que a imprensa seja alvo de ataques que tentem impedir a livre informação sobre fatos de interesse da sociedade”.