Em nota divulgada à imprensa na quinta-feira (8), a ABERT repudiou a invasão promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTST) ao parque gráfico do jornal O Globo, no Rio de Janeiro (RJ) e pediu às autoridades uma apuração rigorosa do fato e a punição dos responsáveis.
Cerca de 400 integrantes do MTST, muitos, inclusive, armados com facões, picharam vidraças, sofás, paredes e o piso do jornal, além de atearem fogo em pneus.
Na nota, assinada também pela Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), as três associações afirmam que “é inadmissível que um grupo, que se diz defensor de causas sociais, ameace e ataque profissionais e meios de comunicação que cumprem a missão de informar a sociedade sobre assuntos de interesse público. Atos criminosos como este são próprios de grupos extremistas, incapazes de conviver em ambiente democrático, e não pautarão os veículos de comunicação brasileiros” (leia a íntegra aqui).
De acordo com o Relatório ABERT sobre Violações à Liberdade de Expressão, este é o quinto caso de ataques e vandalismos registrado contra veículos de comunicação somente em 2018. O relatório aponta que, até o momento, já foram registrados 21 casos de violência não letal contra profissionais e veículos da imprensa, além de dois assassinatos de jornalistas.
Invasão do MST tem repercussão internacional
A invasão ao parque gráfico de O Globo também foi repudiada por entidades internacionais que atuam em defesa da liberdade de imprensa.
Em nota, a Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) condenou os atos de vandalismo e citou a Declaração de Princípios sobre liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. “A violência, intimidação ou ameaça aos comunicadores sociais e a destruição material dos meios de comunicação, violam os direitos fundamentais das pessoas e diminuem severamente a liberdade de expressão. É dever dos Estados prevenir e investigar esses fatos, punir seus perpetradores e garantir às vítimas uma reparação adequada “, diz a nota.
Também a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) pediu que as autoridades garantam a segurança dos seus funcionários e identifiquem e punam os responsáveis por este “ato violento e ilegal”.