A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia destacou a importância da liberdade de expressão como garantia do Estado. Ela falou para uma plateia de jornalistas, estudantes de Comunicação e empresários, durante o 10º Fórum da Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas), na quinta-feira (20), em São Paulo (SP).
"A liberdade de expressão precisa ser garantida pelo Estado, que precisa de uma reformulação", disse.
Carmen Lúcia alertou para os perigos da propagação de informações mentirosas na internet e disse que a imprensa tem "marco normativo e ético", que garante a veiculação de informações centradas em fatos comprováveis.
"Você pode hoje construir uma notícia, uma narrativa, dotá-la de perfeita coerência, espalhar pelas redes sociais, colocar meio mundo a favor daquilo, simplesmente sem que aquilo tenha acontecido", alertou. Ela também falou de como mudanças tecnológicas afetam o Poder Judiciário e o trabalho da imprensa. “As novas tecnologias não atingem apenas os meios de comunicação, mas também as liberdades de expressões", comentou.
A ministra acredita na imprensa livre como um fator imprescindível para a formação do cidadão. "A imprensa também tem outro papel, que é fundamental, o de fiscalizar o poder público", argumentou. Sobre as ocasiões em que se constata cerceamento da imprensa ou ameaças a jornalistas, Cármen Lúcia afirmou: "Para isso há juízes no Brasil".
Para a ministra, a interpretação da Constituição Federal ficou mais clara graças à imprensa. "Hoje, temos jornalistas que cobrem exclusivamente o mundo do Judiciário, e isso é uma evolução. É impossível garantir a efetividade social da Constituição sem uma imprensa livre", concluiu Carmen Lúcia.
O Fórum contou com a presença de várias lideranças do mercado publicitário, como Nizan Guanaes (Grupo ABC), Armando Ferrentini (Editora Referência), Caio Barsotti (Cenp), Walter Longo (Abril) e Duilio Malfatti (Secom).