O Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CCS) se posicionou na quarta-feira, 6, favoravelmente à flexibilização do horário do programa A Voz do Brasil e sua conversão em patrimônio cultural imaterial do Brasil. O parecer sobre o PL 595/2003 e o PLS 19/2011 foi apresentado pelos conselheiros Walter Vieira Ceneviva, José Catarino do Nascimento e Ronaldo Lemos.
O Programa Nacional, como foi chamado em sua estreia, está no ar desde o dia 22 de julho de 1935 e foi instituído pelo governo do então presidente Getúlio Vargas, a fim de levar informação à população brasileira. Atualmente, A Voz do Brasil é veiculada obrigatoriamente às 19h por todas as emissoras de rádio do país.
A possibilidade de flexibilizar o horário dividiu opiniões. De um lado, os defensores do horário atual afirmam que o programa é o meio mais democrático de obter informação variada de todas as esferas do governo, especialmente nas regiões do país mais distantes dos grandes centros urbanos. De outro, representantes das emissoras comerciais garantem que o horário diferenciado pode aumentar a audiência da Voz, adaptando-o aos interesses e aos hábitos do ouvinte de cada rádio.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), por exemplo, é favorável à mudança. O diretor-geral da entidade, Luís Roberto Antonik, acredita ser necessário atualizar a forma como a Voz é transmitida, dadas as inovações que o mundo viveu desde que ela foi criada.
Para o vice-diretor do Conselho de Comunicação, Fernando Cesar Mesquita, embora a flexibilização no horário não seja preocupante, é preciso atentar para o risco de alguém sugerir a extinção do programa no futuro.
– Eu acompanho A Voz do Brasil, mas reconheço que a transmissão às 19h leva, muitas vezes, à interrupção de debates importantes, que estão acontecendo no Senado – ressaltou Fernando Cesar.
Com a flexibilização, as emissoras comerciais e comunitárias poderão inserir A Voz do Brasil em sua programação durante o período de 19h às 22h. Permanece obrigatória a transmissão às 19h para as emissoras educativas.
Fonte: Agência Senado