O dono de um jornal de Ponta Porã (MS), na fronteira do Brasil com o Paraguai, foi morto com tiros de fuzil nesta quinta-feira (4).
Luiz Henrique Georges dirigia o Jornal da Praça desde fevereiro, quando o antigo do dono, Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, foi assassinado. Este é o sexto assassinato de um profissional ligado à atividade jornalística registrado neste ano no Brasil.
O crime ocorreu por volta das 16h40min. A vítima estava em com carro com outros dois homens quando uma Blazer preta se aproximou e um de seus ocupantes disparou cerca de 30 tiros.
Georges e Nery Vera morreram no local. O outro passageiro do carro, um paraguaio, sofreu ferimentos e foi socorrido. Nenhuma pessoa que passava pelo local conseguiu identificar o autor dos disparos.
A polícia disse que não tem suspeitos nem provas que relacionem o crime à atividade de Georges. O "Jornal da Praça" circulava diariamente há 33 anos, com uma tiragem de cerca de 1.500 exemplares.
Apreensão
O presidente da ABERT, Daniel Slaviero, manifestou apreensão com a reincidência de crimes contra a imprensa no país. “Esse agravamento da violência é extremamente preocupante e deve mobilizar as autoridades para que não permaneçam impunes”, declarou.
Desde 2002, ocorreram 23 assassinatos, seis apenas neste ano. Segundo Slaviero, os ataques ao trabalho da imprensa partem principalmente do narcotráfico e do crime organizado.
Em janeiro, o radialista Laércio de Souza foi morto em Simões Filho (BA). Em fevereiro foram duas mortes: a de Mário Randolfo Marques Lopes, em Barra do Piraí (RJ), e a de Paulo Rocaro, em Ponta Porã (MS). Em julho, Valério Luiz de Oliveira, em Goiânia (GO) e em setembro o maranhense Décio Sá, morto a tiros em um bar de São Luís.
Assessoria de Comunicação da Abert