Ele nasceu Senor Abravanel, no dia 12 de dezembro de 1930, no Rio de Janeiro. Naquela época, os programas de auditório de rádio estavam no auge do sucesso e não passaram despercebidos pelo jovem filho de imigrantes judeus gregos e turcos, que logo se encantou com a magia da comunicação radiofônica. Onde tinha algum show ou gincana, lá estava o garoto.
Ao participar de um concurso de calouros, ainda na adolescência, burlou as regras e passou a ser chamado Silvio Santos. Silvio era como sua mãe o chamava, pela dificuldade de pronunciar o nome. Santos foi o sobrenome escolhido pelo próprio Silvio, "porque os santos ajudam".
Por causa da voz inconfundível, a nova identidade foi a maneira encontrada para não ser banido dos concursos.
Chegou a ser considerado “hors concours” nas competições, vencendo uma atrás da outra. Ir aos estúdios fazia parte da rotina daquele camelô, vendedor de canetas no centro da cidade.
Em 1948, ingressou na radiodifusão. Após um ano na Rádio Guanabara, foi para o “Programa do Guri”, da Rádio Mauá. Passou ainda pelas rádios Tupi e Continental. Conheceu Fernando de Nóbrega, que entregou uma carta de recomendação a ser apresentada ao irmão, Manoel, em São Paulo. A voz e a inteligência do rapaz chamavam a atenção e veio o convite para o “Programa Manoel de Nóbrega”, na Rádio Nacional SP. Era 1954 e, por dez anos, lá esteve o “peru que fala”, apelido dado ao locutor entusiasmado, que contava histórias para um público fiel. Ficou na emissora até 1977, onde fez outras atrações, como “Nasceu Premiado”, “Galera do Nelson”, “Segunda às Vinte” e “Ronda dos Bairros”.
Em 1955, ingressou na TV Paulista – emissora que também pertencia à Organização Victor Costa, assim como a Nacional – e, em 1960, teve seu primeiro programa solo: “Vamos Brincar de Forca?”. Nos anos seguintes, criou “Ganhando e Apostando” e “Pra Ganhar é Só Rodar”.
Três anos depois, em junho de 1963, estreou uma faixa de horário com suas atrações, sob o nome “Programa Silvio Santos”, no ar até hoje, no SBT. Entre os quadros, “A Hora do Pato”, “Roda Pião” e “Justiça dos Homens”.
Em 1964, foi a vez de o programa ganhar versão radiofônica, indo posteriormente para a Rádio Record. No mesmo ano, Silvio criou também o “Festival da Casa Própria”, “Recebendo Visitas”, “Rodada de Ouro” e “Pergunte e Dance”.
No ano seguinte, começaram as tratativas que transformaram a TV Paulista em Globo SP. Naquele 1965, nasceram “Falando Francamente”, “Corrida da Bola Branca”, “Em Cada Vida Uma Canção” e “Cuidado com a Buzina”.
Em 1967, quando a ABERT completou cinco anos, Silvio adquiriu horário também na TV Tupi, participando de dois canais de televisão ao mesmo tempo. Na Tupi, com “Gincana dos Sinos” e “Poço dos Milhões” e na Globo, com “Partida de Cem”, “Namoro no Escuro” e “Quem Lembra Acerta”.
Prestes a completar vinte anos de carreira, no rádio e na televisão, Silvio Santos lançou na TV Tupi um dos programas de maior sucesso: “Cidade Contra Cidade”. Foi só o início de uma grande história do apresentador que nos deixou esta semana.
Nesta edição especial, a ABERT homenageia esse gigante da comunicação, do seu nascimento, em 1930, até 1968, primeiros anos dedicados à radiodifusão. Nas próximas edições, conheça um pouco mais da trajetória de Silvio Santos.