O vice-presidente do Comitê Permanente de Liberdade de Expressão da AIR (Associação Internacional de Radiodifusão), Daniel Pimentel Slaviero, criticou nesta sexta-feira (23), a decisão do governo argentino de controlar a produção e a distribuição do papel-jornal no país. Para ele, o governo de Cristina Kirchner vem tratando a imprensa local com “truculência e desprezo”.
Nesta quinta-feira (22), o Senado argentino aprovou por 41 votos a favor, 26 contra e uma abstenção a lei que transforma o papel-jornal em insumo de interesse nacional. Deste modo, o Estado passará a ter o controle da produção e da distribuição de papel para imprimir jornais.
“O desprezo da presidente Cristina Kirchner pela liberdade de expressão é antigo. Para o nosso entendimento, é uma ameaça muito grave porque intimida não só os acionistas do grupo mas os jornalistas que tem feito oposição ao governo em favor da liberdade de expressão”, afirmou Slaviero.
Dois dias antes da aprovação da lei, na terça-feira (20), a sede da emissora que pertence ao grupo Clarín foi ocupada pela polícia argentina após receber uma ordem da Justiça de Mendoza. De acordo com o jornal, a medida foi tomada após denúncia apresentada pelo grupo de mídia Vila-Manzano, “alinhado ao kirchnerismo”.
Na semana passada, a Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) manifestou, por meio de nota, preocupação com proposta de lei que foi aprovada ontem no Senado. De acordo com a organização, que representa 17 mil emissoras de rádio e de TV nas Américas, na Ásia e na Europa, o projeto “contraria preceitos da Constituição Argentina, cujo artigo 32 proíbe o Congresso de ditar leis que restrinjam a liberdade de imprensa”.
Assessoria de Comunicação da Abert