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    Inventor brasileiro do rádio é reconhecido como “Herói da Pátria”

    Foram necessários 123 anos para que o cientista Roberto Landell de Moura (1861-1928) obtivesse reconhecimento pela sua invenção, pelo menos no Brasil. Em caráter terminativo, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara da Câmara dos Deputados, aprovou projeto de lei (7504/2010), que inclui o padre gaúcho, o inventor brasileiro do rádio, no Livro dos Heróis da Pátria.

    Patrono dos radioamadores do Brasil, pesquisas apontam que Landell inventou o rádio antes mesmo do italiano Guglielmo Marconi, o inventor do telégrafo sem fio. A primeira transmissão de voz humana à distância no mundo foi realizada por ele em São Paulo, entre o alto Santana e a Avenida Paulista, local que hoje abriga antenas de rádio e de televisão. A imprensa brasileira noticiou o fato à época.

    A criação do rádio, no entanto, é atribuída à Marconi, que transmitia sinais em código Morse (conjunto de pontos e traços). Mas, de acordo com estudiosos, naquele momento, Landell já fazia experiências com transmissão de voz humana por meio de ondas eletromagnéticas, o rádio como o conhecemos.

    De acordo com o Movimento Landell de Moura (MLM), estima-se que, por volta de 1892, o cientista já havia desenvolvido os primeiros protótipos do que viria a ser o rádio. A primeira transmissão foi realizada em 1900 e a invenção patenteada no Brasil a 9 de março de 1901.

    A iniciativa de Landell, no entanto, não foi reconhecida no país. Sem apoio das autoridades locais e de empresários, Landell foi para os Estados Unidos, onde obteve três patentes, em 1904.

    Além do rádio, o cientista projetou aparelhos para a transmissão de imagens (a TV) e textos (o teletipo) no início do século 20.
    Landell  desistiu da carreira de inventor, mesmo com todo o esforço para continuar seus estudos. Suas realizações permaneceram esquecidas até 1960, quando estudiosos começaram a resgatar sua história.

    O projeto 7504/2010 é de autoria do ex-senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS). Na CCJ da Câmara, teve como relator o deputado Esperidião Amin (PP-SC). Aprovado agora, vai à sanção presidencial.

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