O secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, confirmou durante audiência pública nesta quarta-feira, 5, que os canais 5 e 6 de televisão serão destinados ao rádio AM. Segundo ele, a pasta já trabalha em uma minuta de projeto de lei para permitir legalmente a migração.
Além disso, a Agência Nacional de Telecomunicações está criando um modelo para a transição, afirmou o secretário. O encontro reuniu na Câmara dos Deputados, parlamentares, representantes das tecnologias do consórcio DRM e da HD Rádio e das associações de radiodifusão para debate sobre o futuro do rádio AM e a digitalização da radiodifusão.
Lins foi enfático em dizer que os resultados dos testes de rádio digital conduzidos pelo ministério foram “muito ruins”, especialmente os de FM em alta potência. Além disso, a cobertura do sinal alcançou 70% da que hoje atinge o analógico. “O futuro do rádio é digital, mas esse futuro ainda não chegou. Não temos condições de tomar uma decisão diante desses resultados”, afirmou.
A migração para os canais 5 e 6 deve seguir o seu curso independentemente da digitalização do rádio, defendeu o secretário. “O rádio AM não pode esperar”, afirmou. A tese também foi sustentada pelo diretor-geral da ABERT, Luís Roberto Antonik. “Queremos digitalizar o rádio, sim, mas primeiro temos que ter uma solução imediata para o rádio AM no Brasil”, defendeu.
A transição das emissoras de ondas médias para os canais 5 e 6 permitirá que elas funcionem em uma faixa estendida de FM. Essa foi a melhor solução encontrada para valorizar o rádio AM, que sofre continuamente com interferências, afirmaram os debatedores.
O secretário do ministério disse que o Conselho Consultivo deve aprovar nos próximos dias a realização de novos testes para o rádio digital, desta vez estabelecendo parâmetros iguais para ambas as tecnologias. “Houve variação de potências, a recepção dos equipamentos não era a mesma. A comparação entre os dois sistemas é complexa”, disse Lins.
Assessoria de Comunicação da Abert