O relatório sobre liberdade de imprensa da Abert foi divulgado durante a 43ª Assembleia Geral da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR). O documento registra 136 casos de violação à atividade de jornalistas e de veículos de comunicação no país, um aumento de 2,5 vezes em relação ao registrado em 2012 (51 casos).
Do total de casos, 105 estão diretamente relacionados aos protestos realizados em várias cidades brasileiras desde junho. De acordo com o relatório, a violência contra profissionais de imprensa partiu de grupos minoritários de manifestantes, de vândalos e de policiais, na tentativa de impedir o registro jornalístico.
Para o presidente da Abert, Daniel Slaviero, os ataques à imprensa são um “contrassenso”, porque é a mídia que questiona os poderes e trata dos problemas trazidos pelos manifestantes em seus cartazes - precariedade na prestação dos serviços públicos, corrupção e respeito aos direitos humanos. "As manifestações pacíficas em sua maioria são legítimas, as agressões vieram de grupos minoritários e de vândalos que passaram a depredar bens públicos e privados e atacar veículos e profissionais de imprensa", analisa.
Mas a violência também veio da repressão policial, afirma Slaviero, "o que nos obriga a uma reflexão sobre o papel do Estado, que deve garantir a proteção ao cidadão e fazer valer os direitos fundamentais".
O relatório divulga ainda cinco assassinatos de profissionais de comunicação ocorridos nos últimos 12 meses. Segundo Slaviero, os números representam um “retrocesso” no exercício da profissão de jornalismo. "Este é um ano sombrio para a liberdade de expressão no país", conclui.
Assessoria de Comunicação da Abert