A Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) formou um grupo de trabalho para apurar possíveis interferências entre os serviços de TV Digital e a internet banda larga 4G. De acordo com a entidade, os trabalhos terão início imediato e serão realizados por meio de parceria entre centros de pesquisa, emissoras de TV e associações do setor.
A decisão foi divulgada em nota na última sexta-feira (15). A entidade está preocupada com a implantação e o desenvolvimento da TV digital no país, sobretudo depois de o governo anunciar interesse em licitar a faixa de 700 MHz - ocupada pela radiodifusão aberta- para as empresas de telefonia.
Na nota, a SET diz reconhecer a importância da expansão da internet banda larga, mas pondera que a interferência sobre a recepção de TV Digital “também é muito séria.” Para os engenheiros, a decisão do governo de disponibilizar a faixa para o 4G sem, contudo, apresentar estudos “é precipitada”, e pode colocar em risco o acesso de milhões de brasileiros a TV aberta e gratuita.
“A interferência em TV digital significa TELA PRETA e todos os estudos até o momento indicam que não há solução perfeita para o problema, mas apenas medidas de mitigação”, afirma a SET. Além disso, relatos de pesquisadores do Japão e da Europa apontam interferências entre os dois serviços.
CENÁRIO - Estudos divulgados pela SET no ano passado apontam que, num cenário pós-transição em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, é grande a complexidade para acomodar as estações existentes no espaço de espectro proposto pelo governo, e será maior ainda se consideradas as estações públicas em fase de implantação.
“Esse cenário é especialmente crítico nas áreas metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e no centro-leste do Estado de São Paulo, mas também se estende ao interior do estado de São Paulo em geral e a outras capitais do país”.
A entidade alertou o governo para a necessidade de iniciar desde já o replanejamento dos canais digitais para a fase pós-transição, pois “pois somente o desenvolvimento desse trabalho poderá apontar, com clareza, a suficiência ou não de espectro para a efetiva implantação da TV digital”.
Veja aqui íntegra da nota.
Assessoria de Comunicação da Abert