Testemunha de assassinato de jornalista morre no Maranhão
Uma das principais testemunhas no processo de investigação do assassinato do jornalista Décio Sá morreu na última quarta-feira, 13, em um hospital de São Luís, no Maranhão.
Ricardo Santos Silva levou sete tiros no dia 3 de janeiro em um atentado que a polícia acredita ser uma encomenda.
O secretário adjunto de Inteligência e Assuntos Estratégicos da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, Laércio Costa, afirmou que a morte da testemunha trará prejuízos à investigação, já que Ricardo era considerado peça chave na apuração do assassinato do jornalista.
“Ricardo Santos Silva era um arquivo vivo, por isso sua morte foi encomendada”, afirma o secretário Laércio Costa.
Segundo a polícia, Ricardo Silva tinha vários pedidos de prisão por homicídio, roubo, e por suspeita de comandar algumas das principais casas de bingo clandestinas na capital maranhense, cuja renda serviria para financiar homicídios encomendados.
O jornalista e blogueiro Décio Sá foi assassinado com seis tiros à queima roupa em um restaurante na avenida Litorânea, em São Luís, no Maranhão, em abril de 2012.
Sá vinha denunciando irregularidades entre contratos de empresas privadas e órgãos públicos de municípios do Maranhão. Seis pessoas estão presas por participar do assassinato do jornalista.
Ranking da violência - Relatório do Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ) de 2012, divulgado nesta quinta-feira, alerta para o aumento de assassinatos, impunidade e tendência à censura judicial no Brasil. A inclusão do país no ranking, segundo o CPJ, ocorreu por causa do número de assassinatos de profissionais, considerado alto.
A organização contabiliza quatro casos de morte em 2012, mas esse número pode ser maior, de acordo com critérios de avaliação de outras entidades. A Abert considera sete assassinatos de jornalistas em decorrência de sua atividade profissional.
Além de homicídios, o CPJ alerta também para o crescimento da censura judicial, pela falta de punição dos responsáveis e lentidão da Justiça nos processos. O relatório anual de ataques à imprensa da organização também incluiu o Equador, Síria, Somália, Irã, Vietnã, Etiópia, Paquistão e Turquia.
Assessoria de Comunicação da Abert