Em sintonia com o propósito de promover a educação midiática, o Instituto Palavra Aberta convidou o médico e escritor Drauzio Varella para refletir sobre o tema “Desinfodemia - combater a desinformação em tempos de pandemia”.
O encontro virtual, realizado na segunda-feira (26), também contou com a participação da representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, e teve mediação da presidente do Instituto, Patrícia Blanco.
Desinfodemia é o termo cunhado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para designar as notícias falsas relacionadas à pandemia de COVID-19.
Segundo o médico, a maior dificuldade está em instruir os usuários da rede sobre como reconhecer e combater notícias falsas, já que o ambiente digital é relativamente novo, em comparação com outros meios de comunicação. “Ainda existe uma ingenuidade muito grande de pessoas que confiam nas informações que recebem”, alertou.
Mesmo que tenha potencial para causar danos, a internet mais beneficia do que prejudica, defende Varella, já que as informações falsas correspondem a uma pequena parte de todo o conteúdo disseminado.
Marlova Noleto destacou o lançamento do relatório “Desinfodemia: decifrar a desinformação sobre a COVID-19”, cujo teor alerta para os riscos do compartilhamento sem verificação prévia e reforça a necessidade de checagem dos dados. “A desinformação pode ter efeitos letais e dificulta a tomada de decisões corretas”, explicou.
Segundo ela, a potencialização das chamadas fake news compromete os esforços feitos por governos, agentes públicos, além de afetar a credibilidade da imprensa e colocar em risco populações inteiras. “ O Brasil é a terceira maior população do mundo em presença nas redes”, ensinou.
Varella defendeu ainda que as plataformas digitais também sejam responsabilizadas pelo conteúdo que veiculam. “Se elas estão ganhando dinheiro com essas mensagens que viralizam, são parceiras das fake news”, avalia.
“O momento é oportuno para que as empresas de comunicação na internet criem mecanismos de transparência e responsabilização, se comprometam com a ética e com políticas de curadoria de conteúdo”, reforçou Marlova.
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