O Instituto Palavra Aberta e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) anunciaram, na quinta-feira (25), em Brasília, o termo de cooperação internacional em educação e mídia. As entidades pretendem formar professores em educação midiática e digital, que ensinarão os alunos a ter um olhar analítico e crítico. A primeira ação conjunta da parceria será a construção de um currículo para formação de professores, a partir de diretrizes já publicadas pela UNESCO, e o trabalho por sua implementação em cursos de Pedagogia e Letras.
A presidente executiva do Palavra Aberta, Patrícia Blanco, destacou o ensino de mídias como essencial para a manutenção da democracia. “Acreditamos que uma sociedade crítica, que consiga interpretar e diferenciar uma informação de qualidade feita por jornalismo profissional, é que será responsável por manter a democracia que vivemos e a liberdade de expressão, um pilar fundamental da democracia”, afirmou Patrícia Blanco.
Marlova Noleto, diretora da UNESCO no Brasil, ressaltou que a formação de mentes críticas é vital para a realidade atual. “A liberdade de expressão é um direito consagrado e essencial para a realização de todos os direitos humanos. Ela deve ser reafirmada com exaustão, pois, principalmente com a proliferação das fake news, o risco desse direito ficou ainda mais forte. Ao disseminar notícias falsas, são transmitidas falsas verdades, que são perigosas para a democracia. Por isso a educação midiática é fundamental”, disse Marlova.
Após a abertura do evento, a deputada e presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), e o gerente geral do Canal Futura, João Alegria, falaram sobre os desafios e a importância da educação midiática na formação das próximas gerações. “As plataformas digitais são uma ferramenta de exercício da cidadania, mas que precisam ter sua utilização qualificada. As escolas e os professores precisam estar preparados para a educação midiática, explicar os tipos de comunicação, ensinar a fazer uma leitura crítica e a selecionar o material que chega em mãos”, destacou a deputada.
Alegria lembrou que as novas tecnologias são fundamentais para o futuro da educação. “Esse tempo não é de descanso, é de oportunidades, de agir e transformar. Dificilmente a escola se transformará sem a tecnologia e a cultura digital. É importante repensar a aprendizagem a partir de um ponto de vista digital”, comentou João Alegria.