Parlamento Deputado Marcos Rogério
Tramitam na Câmara dos Deputados muitos projetos de leis que tratam das relações de consumo. Dois deles são do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), um obriga os sites de vendas de serviço e produtos a serem mais claros com o cliente, outro estabelece que empresas de telefonia móvel e fixa tenham postos de atendimento ao consumidor em cidades com mais de 40 mil habitantes.
Segundo o deputado, o consumidor sentiria mais segurança em resolver os problemas pessoalmente do que por um serviço de call center.
“O brasileiro gosta de resolver os problemas pessoalmente. Certamente sentimos mais segurança quando somos atendidos por algum funcionário da empresa no olho no olho”, disse o deputado.
Os dois projetos estão em análise na Comissão de Defesa do Consumidor. O deputado Marcos Rogério conversou com a Abert sobre os dois temas. Leia os principais trechos.
- O que o motivou a apresentar o projeto que determina aos sites de vendas de produto mudarem o seu relacionamento com os clientes?
O brasileiro tem muitos problemas. Comprar é fácil, o difícil é receber no prazo estipulado. Muitas vezes nem recebe. O projeto prevê que as empresas tenham atendimento pelo telefone, endereço fixo e CNPJ à disposição do consumidor, para facilitar o contato do cliente com a empresa.
- Comprar um produto ou um serviço na internet e não receber, neste caso, o melhor caminho é procurar a justiça?
Sim. Mas para ajuizar uma ação contra um site que vende pela internet é necessário ter alguns dados da empresa, como os que estão previstos no meu projeto. Atualmente é difícil cobrar da justiça uma indenização por parte desta empresa, porque o consumidor não tem acesso a isto e acaba ficando no prejuízo.
- O Código de Defesa do Consumidor completará 23 anos. Na sua opinião, é necessário atualizá-lo?
Penso que sim, especialmente por conta da evolução que tivemos nos últimos anos. Hoje a era é da internet. Nosso código é avançado, um dos melhores do mundo na proteção ao consumidor, mas nas questões de internet e telefonia o código não avançou na mesma proporção dos serviços prestados pelas operadoras.
- O senhor falou sobre telefonia. Há um projeto também de sua autoria que obriga instalações de postos de atendimento de empresa de telefonia fixa e móvel em cidade com mais de 40 mil habitantes. O que o motivou a apresentar esse projeto?
É fundamental. O brasileiro é muito olho no olho, ou seja, sente-se mais seguro quando é atendido em uma loja física. Comprar celular é muito fácil, as operadoras vendem os chips praticamente em toda esquina, mas na hora de resolver algum tipo de problema não há lojas para isso, apenas ligando no Call Center da operadora.