“Não é possível admitir o controle externo da imprensa”, disse o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto. A declaração foi feita durante a 8ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Expressão, em Brasília, nesta terça-feira, 14.
O ministro participou do painel “As grandes conquistas da Constituição e a Liberdade de Expressão hoje, os avanços nesses 25 anos, os desafios e as ameaças à liberdade de expressão nos dias atuais” O evento foi promovido pelo Instituto Palavra Aberta com apoio da ABERT, ESPM, ANER, ANJ E ABAP, e reuniu acadêmicos, parlamentares e jornalistas.
Ayres Britto também ressaltou o papel da imprensa em um regime democrático. “A imprensa tem que dar a primeira palavra. A imprensa tem que ser plena, a liberdade é irmã gêmea da democracia, não podem viver separadas”, opinou o ministro.
No painel, mediado pela jornalista da Globo News, Renata Lo Prete, também participaram o senador Pedro Taques (PDT-MT) e o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).
Taques, relator do projeto de lei que regulamenta o direito de resposta, também afirmou que é inaceitável haver um controle externo sobre conteúdo produzido por empresas de comunicação, mas cobra responsabilidade de mídia. “Sou extremamente contra limitar conteúdo de empresas jornalísticas. Somos fortes porque temos uma imprensa livre, mas é preciso ter responsabilidade com o que se divulga”, disse Taques.
Paulo Abi-Ackel, presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, ressaltou que a tentativa de controlar a imprensa pode levar o Brasil para uma zona “cinzenta”. “Não acredito que isso que estamos escutando de alguns movimentos sociais, que seria o controle da mídia, chegue aqui no Congresso. A sociedade não vai aceitar esse possível controle”, afirmou Abi-Ackel.
Assessoria de Comunicação da Abert
Foto: Agência Câmara