O diretor de Uso do Espectro da Abert, Paulo Ricardo Balduíno, afirmou nesta segunda-feira, 2, durante audiência no Conselho de Comunicação Social do Congresso, que a limitação de orçamento da Anatel pode comprometer os testes para investigar a interferência do 4G na TV digital.
Balduíno disse que o regulamento de interferência exigirá exames rigorosos e deverá incluir uma estimativa de residências que serão afetadas com o problema.
“A Anatel está deixando de desempenhar atividades importantes por uma questão de carência de orçamento. Os testes devem ser realizados com um mínimo de confiabilidade, caso contrário, teremos que recomeçar tudo do zero”, afirmou.
Os testes de campo terão início na próxima segunda-feira, 9, em Pirenópolis (GO). Depois, serão realizados testes de laboratório em Santa Rita de Sapucaí (MG). A conclusão do relatório final está prevista para abril do próximo ano, explicou o diretor da Abert.
Durante a audiência, os representantes da radiodifusão questionaram a quantidade de faixas de frequência destinada às empresas de telecomunicações. De acordo com o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Nelson Breve, 50% do espectro está nas mãos das teles, enquanto que a radiodifusão conta com 20%. “Quando trocamos um serviço gratuito por um pago, na ordem de importância, estamos prejudicando o cidadão”, criticou Breve.
Balduíno afirmou ainda que não há estudos estimando a real necessidade de espectro para os serviços de telefonia no país, e, segundo ele, os cálculos que preveem a demanda mundial estão inflacionados. “Isso inclusive está sendo discutido na nova conferência mundial de telecomunicações”, declarou.
Assessoria de Comunicação da Abert