Ele sucede no cargo ao americano Milton Coleman, do jornal “The Washington Post”, que agora será vice-presidente do Comitê Executivo da SIP. Por videoconferência, Mantilla fez um breve anúncio durante o almoço de encerramento da Assembleia:
— Há uma tendência de muitos governos, de diferentes ideologias e de grupos de poder, para uniformizar os pensamentos dos cidadãos livres, eliminar as expressões contrárias, atacar os meios independentes e eliminar as denúncias de abuso — disse o novo presidente, no encerramento da 68ª Assembleia Geral da SIP, que reuniu cerca de 600 profissionais de imprensa em São Paulo desde a sexta-feira passada.
Mantilla disse que preferiu ficar no Equador por prever o aumento dos ataques governamentais à imprensa no período eleitoral. Segundo ele, o presidente Rafael Correa tenta a reeleição no ano que vem e, com isso, aumenta a pressão sobre os meios de comunicação.
— A imprensa independente do Equador continua sendo acossada pelo governo — afirmou Mantilla.
Em dezembro do ano passado, Mantilla foi condenado a três meses de prisão em razão de um caderno de reportagens sobre a atuação do presidente do Banco Central, Pedro Delgado, primo do presidente. O material foi publicado em 2009. Dias depois da sentença, Delgado desistiu de levar o processo adiante. Porém, o jornalista equatoriano não aceitou o perdão, e por isso o processo continua aberto. Mantilla é formado em ciências da informação pela Universidade Central do Equador e participou do programa de jornalismo da Stanford University. Há três décadas preside a Edimpress S.A, que edita o jornal "Hoy" no Equador.
Elizabeth Ballantine, do jornal "Durango Herald", do Colorado, nos Estados Unidos, e Gustavo Mohme, do jornal "La República", de Lima, no Peru, são os novos vice-presidentes da entidade.
Assumem como secretário Bartolomé Mitre, do "La Nación", de Buenos Aires, Argentina, e, como tesoureira, Vivian-Anne Gittens, do “Nations News”, de Fontabelle, em Barbados. O diretor-executivo da SIP será o jornalista Julio Muñoz, de Miami, nos Estados Unidos.
Fonte: O Globo