Em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados, representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e das operadoras de telecomunicações debateram, na quinta-feira (9), os entraves logísticos das empresas para a implantação do 5G no Brasil.
O atraso na liberação das faixas de espectro para o início das operações de 5G foi confirmado pelo superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, Vinicius Caram, que apresentou o cronograma inicialmente previsto e a logística de distribuição gratuita dos kits de recepção dos sinais de TV via satélite (TVRO) em banda Ku aos beneficiários dos programas sociais.
“Houve um pequeno atraso porque não tivemos acesso à base do CadÚnico (Cadastro Único) do Ministério da Cidadania”, afirmou.
A base de dados do CadÚnico é fundamental, já que o edital do 5G estabeleceu como obrigação que a faixa de 3,5 GHz só poderia ser liberada depois de iniciada a distribuição e instalação dos kits de recepção em banda Ku nos domicílios de famílias do CadÚnico que tenham antenas parabólicas.
“Seriam necessários 357 kits para evitar a interrupção nas transmissões, mas chegaram apenas 50. À medida que os equipamentos forem chegando, vamos garantir a liberação da faixa e implementação do 5G”, disse Caram.
O superintendente da Anatel garantiu ainda que a limpeza da faixa será feita até o dia 29 de agosto nas capitais brasileiras.
“Talvez tenhamos problema em Belém e Manaus, mas quem sabe grande parte das capitais já não entre em julho? Estamos trabalhando para isso. Também a distribuição dos kits de TVRO deverão cumprir este prazo”, concluiu.
Ao final, Caram disse que aguarda uma publicação do Diário Oficial com autorização para usar a base de dados do Ministério da Cidadania, o que garantirá o cumprimento do prazo.
Também participaram da reunião Basílio Perez, integrante do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint); Vivien Suruagy, presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra) e Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis Brasil Digital.