Notícias

    “A pandemia tirou a nossa certeza sobre tudo, sobre as coisas, sobre o futuro”. A conclusão é de Dado Schneider, professor e doutor em Comunicação pela PUC/RS, ao participar do AESP Talks, encontro online promovido pela Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado do São Paulo (AESP), na terça-feira (7).

    Para o professor, não existe o “novo normal”, uma das expressões mais faladas nesta época de pandemia mundial. “O que existe é o a-normal. Vivemos algo diferente a cada semana, a cada mês, e isso está chacoalhando todo mundo. É comum as pessoas usarem o novo normal, afinal nunca vivemos uma situação parecida. Somos o que chamo de ‘adultos inéditos’.

    Enquanto muitos falam em reinventar, o doutor em Comunicação defende que o termo mais adequado seria readaptar. “Reinventar implica em fazer algo novo. Por exemplo, eu teria que mudar de ramo, de profissão, para me reinventar, quando na verdade o que estamos fazendo é nos adaptando a um novo meio. Primeiro é necessário se adaptar para que no futuro, quem sabe, possamos nos reinventar”, explicou Schneider.

    “Estamos vivendo num cenário muito parecido com um pós-guerra. Fomos obrigados a ficar no nosso abrigo e isso gerou uma necessidade maior de cooperação e solidariedade. Vamos ter que nos organizar. Não dá para um setor ou classe social se dar bem durante esse período ou no pós-pandemia, enquanto o resto vai mal. O que acredito é que somos uma geração que vai conseguir viver por muitos anos na Terra por conta dessas novas experiências e das nossas mudanças de hábitos”, ressaltou.

    Uma mudança que veio para ficar na opinião do professor é o home office que vai impactar a vida e as relações nas empresas sobretudo no pós-pandemia. “Essa é uma tendência que veio, inclusive, para melhorar as conexões entre os colaboradores e os gestores. Aquele mundo hierarquizado em que a autoridade era imposta, e não conquistada, não existirá mais. Reconheceremos, cada vez mais, líderes que trabalham junto, que dão retorno. Vamos lidar de forma mais horizontal nas relações dentro das empresas e isso tem a ver com mais acesso ao mercado e ampla concorrência”.

    Schneider encerrou o encontro online com muito otimismo. “Acredito que vamos terminar essa década de forma espectacular do ponto de vista humanitário. Estamos vivendo um período de troca em que os jovens não querem mudar o mundo, e sim, melhorá-lo. As gerações precisam se unir e os mais velhos devem ajudar os menos experientes a se encontrarem neste mundo”.

     

    dado schneider edit

    Após meses registrando redução na audiência externa, já que os deslocamentos foram reduzidos em virtude da pandemia de COVID-19, as emissoras de rádio dos Estados Unidos voltaram a registrar crescimento, no último mês. Uma pesquisa realizada pela Nielsen aponta que, em junho, os níveis de audiência já representavam 95% do valor registrado em março. O país adotou medidas de isolamento social na segunda quinzena de março e iniciou o processo de reabertura no fim de maio.

    Diferentemente do Brasil, nos EUA, o rádio é mais dependente das escutas feitas fora de casa, ou seja, precisa da circulação de pessoas, seja para os deslocamentos até o trabalho, estudos, compras ou lazer.

    Segundo dados apresentados pela empresa de pesquisas, em março, a média semanal de audiência do meio era de, aproximadamente, 124 milhões de ouvintes. Após cair para 106 milhões em abril, e 112 milhões em maio, o rádio mostrou recuperação no último mês, alcançando a marca de 118 milhões de ouvintes no período.

    Mas a mudança de hábitos da população não diminuiu a frequência na escuta. Mesmo em casa para evitar o contágio pela COVID-19, o americano continuou a sintonizar suas emissoras favoritas de outras formas, o que demonstra a importância da radiodifusão na busca por informações e entretenimento. Durante o período de quarentena, ao redor do mundo, o veículo vem se mostrando aliado da comunidade na nova rotina, por oferecer informação atualizada e apurada com credibilidade.

    O índice de ouvintes sintonizados fora de casa também está avançando. Segundo a Nielsen, em março, 29% dos ouvintes estavam em casa e 71%, em ambientes externos, como carro, trabalho, locais de lazer, etc. Em abril, a proporção passou para 42% de ouvintes em ambiente doméstico e 58% em outros locais.

    Já em maio, foram registrados 38% de ouvintes em casa e 62% fora dela. Na última medição, realizada em junho, foram registrados 32% de audiência em ambiente doméstico e 68% em outros espaços.

     

     

     

    audiencia radio cresce

    A pandemia de COVID-19 levou o mundo todo a consumir mais internet e sobrecarregou os provedores do serviço. Como consequência, as empresas foram tiveram que reduzir a qualidade das imagens para atender à demanda. A busca por manter a definição das imagens e a qualidade das transmissões é o grande diferencial para a televisão, que tem a chance de aumentar a audiência. A conclusão é de Peter Mayhead, CEO da empresa britânica de softwares Pebble Beach Systems. Ele concedeu entrevista à revista da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET).

    Segundo ele, as razões para acreditar nessa migração da audiência são muitas.
    Uma delas é que as transmissões de televisão são mais ecológicas, e economizam banda larga para outros serviços.

    A credibilidade do meio também deverá funcionar como atrativo aos espectadores. “O público está ansioso por verdade e precisão, em um momento de grande preocupação, e está procurando nas emissoras as informações precisas que não consegue encontrar nas redes sociais”, destacou Mayhead.

    A crise sanitária que o mundo atravessa, decorrente do surgimento da COVID-19, teve impacto direto nas emissoras de rádio de todo o mundo. Enquanto experimenta aumento de audiência e tem reconhecida sua importância no cotidiano das populações, o meio vê o investimento publicitário diminuir e, consequentemente, o faturamento minguar.

    Diretor geral do Portal TudoRádio.com, Daniel Starck salienta que o rádio, mais uma vez, atende às expectativas da população. Afinal, oferece aos ouvintes informações atualizadas, espaço para debates, prestação de serviços, entretenimento e até companhia nesse momento de incertezas. Mas para melhorar o desempenho, acredita ele, é preciso mostrar a força do veículo como ferramenta essencial para reduzir as perdas dos anunciantes.

    “O rádio exige baixo custo para se anunciar e criar uma campanha, seu alcance é considerável e o conteúdo veiculado alcança grande credibilidade entre os ouvintes”, avaliou, em artigo publicado no portal.

    Também para a radialista Fabiana Pandolfo, da Nova FM, de Pinhalzinho (SC), o meio está no dia a dia dos ouvintes e, por isso, tem maior alcance na hora de se comunicar. “Aqui não tem fake news. Tem companhia, informações, promoções, tem a boa música”, reforça.

    Locutor da Rádio Liberdade, de Caruaru (PE), Carlos Altiere reforça motivos que fazem do rádio um protagonista na difusão de informações. “Sem energia elétrica ou internet, o radinho de pilha está lá. É de graça. O rádio está há décadas se reinventando, promovendo artistas, grandes eventos e dando retorno aos anunciantes”, ressalta.

    Os radialistas participaram da campanha O Rádio faz a diferença, que reúne depoimentos sobre a importância do veículo e tem a parceria da ABERT.

    Uma das dicas para prosperar, avalia Daniel Starck, é buscar a atualização digital, investindo em streaming ao vivo, podcasts e transmissões em vídeo, além de se manter em constante evolução, avaliando novas possibilidades e trocas de experiências.

     

     

    anunciantes edit

    O balanço das ações realizadas até o momento pela ABERT para preservar a situação econômica das empresas e diminuir os impactos negativos no setor de radiodifusão causados pela pandemia de COVID-19 foi apresentado pelo diretor geral Cristiano Lobato Flores, durante reunião online da Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (ASSERPE), na quinta-feira (2). Também na semana passada, Flores apresentou à Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (AGERT) as medidas adotadas pela ABERT logo após a chegada da crise sanitária no país (abaixo).

    Flores lembrou que a mobilização da ABERT começou incluindo a comunicação no rol de serviços essenciais decretados pelo governo federal. Também foi forte a atuação para assegurar que empresas de radiodifusão não sofressem interrupção no fornecimento de energia elétrica durante o período e em questões tributárias atendidas pelo governo federal.

    A redução da contribuição à seguridade social, o adiamento dos prazos de pagamento de contribuições e tributos como o Simples Nacional, PIS e COFINS, foram algumas das ações exitosas. Flores ainda lembrou que a mensalidade paga pelos associados da ABERT também foi reduzida desde o início da crise sanitária, além das negociações bem sucedidas com o ECAD e com o Kantar IBOPE Media.

    Após essa primeira fase, de acordo com o diretor geral, a Associação está com o foco voltado para as medidas provisórias em tramitação no Congresso Nacional e que beneficiam o setor.

    “Considerando a dimensão da crise que afetou toda a economia, fizemos uma série de ações voltadas para a radiodifusão, algumas individuais, outras em conjunto com outros setores econômicos, como o decreto que adiou o pagamento do FISTEL (CONDECINE e TFF), ação realizada em conjunto com o setor de telecomunicações”.

    Outra atuação da ABERT foi em relação à Medida Provisória 923, que trata da distribuição gratuita de prêmios e brindes mediante sorteio em canais de TV. O novo texto da MP, após a sanção, beneficiará todas as emissoras de rádio e televisão.

    Período eleitoral 

    Além das atuações no decreto que regulamenta o canal de rede e permite organizar melhor o espectro e as radiofrequências disponíveis, e no que altera os prazos para o licenciamento das emissoras de radiodifusão, a ABERT também apresentou consulta ao Tribunal Superior Eleitoral.

    “A veiculação de publicidade institucional era proibida nos três meses que antecedem o período eleitoral. Ingressamos com um pedido para que a publicidade voltada à pandemia fosse excepcionada”, explicou o diretor geral da ABERT 

    O resultado da articulação da ABERT foi concretizado nesta quinta (2), quando a Emenda Constitucional 107 foi promulgada pelo Congresso Nacional. Em razão da pandemia, a data das eleições municipais deste ano foi adiada e o calendário de prazos do processo eleitoral atualizado. O texto prevê a autorização, durante todo o segundo semestre deste ano, para a divulgação de publicidade institucional de atos e campanhas dos órgãos públicos municipais destinados ao enfrentamento da pandemia.

    “Com a alteração do limite de despesas com publicidade, o segundo semestre abre uma nova janela para a contratação de mídia pelos municípios e órgãos da administração pública municipal”, explicou Flores.

    Minicom

    Durante o encontro online que reuniu radiodifusores de Pernambuco, Flores falou também sobre as conversas com a nova gestão do Ministério das Comunicações (Minicom). Nos encontros já realizados, foram debatidos o panorama do setor, além da retomada da agenda regulatória estratégica para o rádio e a televisão. 

    O decreto que flexibiliza e pode até dispensar a veiculação do programa A Voz do Brasil, em casos excepcionais, foi um dos destaques. “Essa é a primeira vez que temos o aumento de audiência que não implicou, necessariamente, o aumento de receita. Houve uma retração do mercado anunciante diante das incertezas geradas pela pandemia e a expectativa é de retomada. O decreto permitirá que eventos e acontecimentos locais sejam privilegiados, com a cobertura integral destes eventos sem qualquer necessidade de interrupção destas programações, trazendo ganhos para toda a sociedade”, destacou Cristiano Flores.

    Apesar das dificuldades, o diretor da ABERT ressaltou a força e credibilidade do setor. “Sabemos o quanto o nosso mercado é volátil em relação a investimentos publicitários, mas desenvolvemos um bom trabalho. A busca pelo entretenimento e a informação aumentou o consumo dos serviços de rádio e TV, o que só reafirmou a credibilidade e confiabilidade em nossos veículos”.

    Reunião com AGERT

     Também durante reunião online com a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (AGERT), na semana passada, Cristiano Flores falou sobre a atuação da ABERT junto ao Executivo e Legislativo e lembrou que a Medida Provisória 936, que permite a redução de jornada e salários de trabalhadores durante o período de pandemia, teve forte mobilização do setor. Após aprovação pelo Senado, o texto aguarda a sanção presidencial.

    O diretor geral mencionou ainda a renegociação do convênio com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), permitindo o aumento do desconto de 25% para 40% durante os meses mais afetados pela crise sanitária. Outra medida que beneficia emissoras de rádio foi a parceria com o Kantar IBOPE Media. Para a realização de pesquisas de mercado, as emissoras têm direito ao abatimento de 30% sobre o valor total.

    Flores destacou ainda outra demanda atendida junto ao então Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), e que continua junto ao recriado Minicom, sobre a suspensão de prazos em andamento na Secretaria de Radiodifusão, subordinada ao órgão.

    Segundo Flores, já estão em andamento novos debates sobre temas relativos ao setor. “Entram na pauta temas como assentimento prévio, dispensa de veiculação do programa A Voz do Brasil, assimetrias regulatórias. Temos boas expectativas para o segundo semestre”, ressaltou.

     

     

    cristiano 2

    O consultor e coordenador-adjunto do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS Fernando Morgado defende, em artigo, a aprovação da Medida Provisória 923, a chamada MP dos Sorteios, que trata da distribuição gratuita de prêmios e brindes mediante sorteio pelas emissoras de rádio e TV.

    No artigo, Morgado conta a história dos sorteios e afirma que “a distribuição de prêmios é parte natural da radiodifusão”.

    “Os concursos e sorteios são exemplos de poderosas ações promocionais, mas só funcionam plenamente quando divulgadas em meios massivos”, avalia o professor.

    Leia abaixo a íntegra do artigo:

     

    Distribuição de prêmios: parte natural do rádio e da TV

    Fernando Morgado

    Não é possível pensar comunicação sem promoção. Trata-se de uma ferramenta que estimula a experimentação e colabora com a sobrevivência dos mais diferentes tipos de instituições, desde igrejas que realizam rifas para se manterem abertas até empresas de mídia que precisam ampliar e reter suas audiências.

    Os concursos e sorteios são exemplos de poderosas ações promocionais, mas só funcionam plenamente quando divulgadas em meios massivos. Não por acaso, empresas de todos os setores anunciam suas promoções em emissoras de rádio e TV, que, dessa forma, estimulam o consumo e, por conseguinte, a criação de empregos. Considerando a importância das promoções para a dinâmica da economia e sua relação intrínseca com os meios de grande alcance, por que não permitir que as rádios e TVs, mídias massivas por excelência, tenham mais liberdade e menos burocracia para realizarem seus próprios concursos e sorteios?

    Em todo o mundo, a distribuição de prêmios é parte natural da radiodifusão, integrando o conjunto de características que compõem inúmeros formatos de programação. Além disso, em regiões que não contam com pesquisas regulares de audiência, o volume de participações em uma promoção serve como importante indicador de popularidade de uma emissora, que pode se valer desse número durante a negociação com um anunciante. Por fim, concursos e sorteios têm enorme potencial de geração de receita, que se reverte na manutenção e expansão da radiodifusão, um serviço de que toda a população desfruta sem pagar nada.

    A maior presença de prêmios na televisão coincidiu com uma intensa expansão do setor, que registrou abertura de novos postos de trabalho, valorização de salários e aumento da produção nacional. Já a redução dos concursos e sorteios foi sucedida de uma profunda depressão que culminou com o fechamento da Rede Manchete, cujo grupo empresarial chegou a empregar sete mil pessoas.

    Os sorteios são parte da vida humana e nunca deixaram de existir no Brasil. Não há razão, portanto, para se tentar dificultar ou mesmo acabar com a atuação da radiodifusão nesse campo. Ações promocionais têm o potencial de ativar o consumo, criar e manter empregos, além de estimular o desenvolvimento de novas soluções de informação e entretenimento, tão necessárias neste momento em que se aprofundam as mudanças no comportamento do público e se agravam os efeitos econômicos da crise provocada pelo novo coronavírus.

     

     

     

     

    O médico pela Unicamp e gestor de saúde pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), Odair Albano, e a jornalista Andrea Martins voltaram ao AESP Talks para falar sobre a situação atual da pandemia no Brasil e na Europa. O encontro online, promovido pela Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo, aconteceu na quinta-feira (2).

    Atualmente, as cidades do interior do Brasil se tornaram epicentro da COVID-19. Segundo Odair Albano, o novo coronavírus passou a circular com mais força nas localidades menores onde há carência de atendimento hospitalar. “Em abril, a proporção de infectados entre a capital e o interior era de 9 para 1. Na última semana, a proporção caiu para 2,5, o que mostra que os casos no interior estão crescendo. É muito importante que os recursos, inclusive, migrem para essas regiões. Os casos nas áreas menos assistidas podem aumentar significativamente o número de casos de mortes. O nosso temor é se o Sistema Único de Saúde vai suportar o grande número de casos graves”, alertou.

    Na avaliação do médico, a questão do tratamento precoce, em discussão pela comunidade médico-científica, pode ter interferido no cenário brasileiro. “O Brasil ficou muito tempo sem nenhum tratamento precoce. Mesmo sem comprovação científica, no exterior, o volume de médicos que prescreveram remédios para minimizar as complicações da doença logo no início foi muito maior, o que pode ter impactado diretamente as estatísticas”, disse. Ele contou que países como a Itália e a Espanha adotaram a medida imediatamente após do colapso do sistema hospitalar e obtiveram uma melhor performance. A partir desses casos surgiram as discussões sobre o uso de medicamentos como o corticóide que tem ação inflamatória.

    Além disso, Odair ressaltou o fato de que a testagem não está sendo realizada de maneira correta. “O sistema de coleta deve analisar os dados de frequência do vírus na região. O indivíduo que apresenta os sintomas deve ser tratado e isolado. Mas são poucos os lugares no Brasil e no mundo que fizeram isso. Por aqui, vários casos que não eram COVID, por exemplo, foram incluídos nas estatísticas”.

    Europa

    Vivendo há sete anos na Itália, Andrea Martins destacou que o país teve mais acertos do que erros, por isso está numa situação mais confortável atualmente. “Não é à toa que a Organização Mundial da Saúde elogiou o pioneirismo do país nas ações adotadas. Eu mesma me surpreendi com a disciplina dos italianos durante o lockdown, o que foi determinante no enfrentamento contra a doença e no combate à disseminação, inclusive para o interior”.

    Não foi fácil vivenciar o auge da pandemia, relembrou a jornalista que testemunhou de perto o impacto sofrido pelo turismo, setor que representa 13% do PIB do país. Ao que tudo indica, o turismo será agora mais interno com a abertura das fronteiras na União Europeia, já que pessoas de países de fora do continente como Brasil e Estados Unidos ainda não estão autorizados a viajar para a Itália. Agora, os italianos estão colhendo os frutos e vivendo o chamado novo normal. “É possível andar nos espaços livres e usar a máscara somente em ambientes mais fechados como bares e restaurantes e principalmente no transporte público”, contou.

    Jornalismo forte

    Andrea Martins ressaltou ainda que, assim como os profissionais da saúde, o jornalismo também sairá fortalecido no pós pandemia por todo o trabalho desempenhado para levar informação checada e de qualidade a toda a sociedade no Brasil e no mundo. “Apesar dos ataques à imprensa, a grande maioria do público reconhece a importância desse serviço essencial, principalmente em tempos de fake news”.

    “Foi a primeira vez que vimos no Brasil veículos de comunicação se unindo para divulgar dados consolidados sobre o COVID-19 na tentativa de não ficarmos por fora da realidade, além de combater às notícias falsas. Isso é fantástico”, elogiou Odair Albano.

     

     

    foto covid lowres edit

    O comportamento da audiência em tempos de pandemia foi discutido durante o AMIRT Live, reunião online realizada na quarta-feira (1º) pela Associação Mineira de Emissoras de Rádio e Televisão, que contou com a participação do empresário e jornalista Daniel Starck e do consultor de marketing e coordenador artístico da Massa FM de Curitiba, Londrina e Maringá, Cristiano Stuani.

    De acordo com Stuani, o rádio precisou se adaptar sem perder a identidade e com uma programação disposta a atender uma “avalanche” de mudanças no comportamento dos ouvintes. Por isso é tão importante, segundo ele, levar em consideração pesquisas e as diversas formas de mensuração e interação com a audiência na condução de novas ações. “Além das pesquisas tradicionais, o meio digital é uma ferramenta excelente para saber o que a audiência está querendo.

    As lives de jornalismo, por exemplo, funcionam como chat na qual os ouvintes postam seus comentários a respeito do conteúdo e programação. O WhatsApp também tem uma resposta e reação imediata e é muito eficaz para entender as curvas de audiência”, destacou. Stuani apontou que na rádio Massa FM são recebidas mais de 6 mil mensagens por dia.

    No início da pandemia, por exemplo, o horário de pico da audiência do streaming era às 8h, conforme dados apresentados por Daniel Starck. Em um segundo momento do isolamento social, o horário variou entre 8h e 11h, com aumento, inclusive, do tempo médio e alcance. Cenário que também se repetiu no exterior. Nos Estados Unidos, o consumo do rádio, que antes acontecia durante o trânsito, foi transferido para dentro das casas, o que fez com que o veículo chegasse a registrar um alcance de 96%.

    “Se a emissora não tem condição de fazer a própria pesquisa para estar antenada com essas mudanças, que estão acontecendo de forma rápida, pode buscar dados nacionais ou de praças mais próximas, transferindo esse conhecimento para entender a realidade local. Além disso, há várias plataformas digitais pelas quais é possível extrair dados da audiência, como é o caso das transmissões online e os vídeos nas redes sociais. O importante é que todo conteúdo do rádio que for para o digital deve ser devidamente adaptado para o meio online e fazer parte de um planejamento estratégico”, ressaltou Daniel Starck.

    O jornalismo foi um dos formatos que mais cresceram durante a pandemia, especialmente, no começo do isolamento social. De acordo com os dados apresentados por Starck, já no terceiro momento da pandemia, as rádios populares cresceram bastante com a programação musical. “Isso não quer dizer que quando um formato cresce, o outro cai. Pelo contrário, mostra que o consumo do rádio de uma maneira geral está crescendo cada vez mais e deve se manter no pós-pandemia”, reforçou o empresário e jornalista.

     

     

    O Congresso Nacional promulgou, nesta quinta-feira (2), a Emenda Constitucional 107 de 2020, que, em razão da pandemia, adiou a data das eleições municipais deste ano e atualizou o calendário de prazos do processo eleitoral.

    Pelo texto, a realização do primeiro turno das eleições municipais será no dia 15 de novembro e o segundo turno, dia 29 de novembro.

    A data de afastamento de apresentadores de rádio e TV que são pré-candidatos às eleições municipais, por sua vez, passa a ser em 11 de agosto, e não mais em 30 de junho, como previsto originalmente.

    A Emenda Constitucional também atende à consulta formulada pela ABERT ao Tribunal Superior Eleitoral e traz importante mudança ao autorizar, no segundo semestre deste ano, a divulgação de publicidade institucional de atos e campanhas dos órgãos públicos municipais e de suas respectivas entidades da administração indireta, destinados ao enfrentamento da pandemia.

    Também foi alterada a média de gastos públicos com publicidade institucional. Até 15 de agosto de 2020, as despesas com publicidade não poderão exceder a média dos gastos dos dois primeiros quadrimestres dos três últimos anos que antecedem o pleito, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.

    Foram rejeitadas as emendas que aumentavam o período de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, sendo mantido o seu início 35 dias antes da realização do pleito.

    Segundo o presidente da ABERT, Paulo Tonet Camargo, “a Emenda Constitucional trouxe mudanças significativas para o processo eleitoral e, além disso, resolveu, de forma meritória, as demandas que o nosso setor havia formulado ao Tribunal Superior Eleitoral neste momento de grave crise sanitária e econômica”.

    Nos próximos dias, a ABERT disponibilizará uma Cartilha Eleitoral com todas as orientações necessárias para as emissoras.

    O grande desafio dos negócios é adotar o modelo de home office garantindo que o desempenho dos colaboradores seja sustentável. Essa é a visão de Marcus Almeida, vice-presidente para soluções de capital humano da SAP Brasil, empresa de software empresarial, durante o AESP Talks. No encontro online promovido pela Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (AESP), Almeida ainda abordou a necessidade de as empresas criarem protocolos de retorno e mudanças nos processos que garantam o bem-estar e segurança de todos.

    “Na verdade, as diversas empresas globais, com maior grau de maturidade, já se valiam desse modelo (home office) para aumentar a flexibilidade do colaborador e otimizar as despesas e custos. O que aconteceu é que a pandemia obrigou as empresas, de uma hora para outra, a transferir toda sua equipe administrativa para trabalhar em casa, oferecer equipamentos de tecnologia e infraestrutura para que os processos não parassem”, explicou.

    Para o executivo da SAP Brasil, o desafio é acompanhar o desempenho dos colaboradores e, ao mesmo, garantir que eles tenham qualidade de vida. “Há casos em que as pessoas estão trabalhando 40% a mais no home office do que se estivessem no escritório. É preciso garantir que essa nova forma de trabalho seja sustentável a longo prazo e esteja alinhada ao nosso sistema trabalhista”.

    Almeida destacou ainda a necessidade de melhorias na infraestrutura, com investimentos em segurança da informação e alternativas para que o funcionário, por exemplo, trabalhe em casa, mas possa resolver alguma questão específica no presencial. “Acredito que teremos daqui pra frente um modelo híbrido, um misto de operacional, no qual alguns precisam estar presentes no ambiente de trabalho, e administrativo, que pode desempenhar suas funções de outros lugares. E a legislação vai acompanhar as transformações”, ressaltou Marcus Almeida.

    Na avaliação do executivo, essa será uma tendência usada, inclusive, para que as empresas possam reter bons funcionários. “Depois da retomada da economia, teremos uma demanda alta por mão de obra qualificada. Por isso é importante, desde já, cuidar não só da forma como se automatiza os processos, mas também como se cuida das experiências de todos aqueles que trabalham na organização, fazendo com que eles queiram realmente fazer parte do time e vestir a camisa. As empresas que não se modernizarem nesses aspectos vão sumir do mercado no pós-pandemia”, adiantou.

      SAF Sul Qd 02 Ed Via Esplanada Sl 101 Bl D Brasília - DF CEP:70.070-600

      Email: abert@abert.org.br

      Telefone: (61) 2104-4600

      Telefone: 08009402104

    Image
    Assuntos Legais e Regulatórios
    Image
    Tecnologia
    Image
    Comunicação
    Image
    Parlamentar

    Buscar