Os motivos são as interferências que o funcionamento desses equipamentos causam nas faixas do radioamadorismo e da radiodifusão.
O problema tem origem ainda em fontes de roteadores wireless, semáforos, redes PLC/BPL (comunicação por redes de energia elétrica) e até cercas elétricas. “Existem vários telespectadores e ouvintes que estão tendo problemas para captar estações de rádio e televisão e não sabem que as causas podem estar justamente nesses tipos de equipamentos e redes interferentes”, afirma o doutor em Comunicação, Flávio Aurélio Braggion Archangelo.
Também participaram da reunião técnicos da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Desde o ano passado, o GPRI (Grupo Permanente de Rádio Interferências) trabalha especialmente para adotar medidas contra as interferências de um modo geral.
A ideia é que as indústrias instaladas no país sejam obrigadas a fabricar os equipamentos observando normas internacionais de compatibilidades eletromagnéticas. As regras poderão ser adaptadas e endossadas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), ABNT e Inmetro.
De acordo com Archangelo, os ruídos atingem tanto as baixas quanto as altas frequências do espectro. As tecnologias de rádio digital também não estão imunes. O problema tende a aumentar com desenvolvimento tecnológico e incremento do poder de compra dos brasileiros, que adquirem cada dia mais produtos eletroeletrônicos de qualidade duvidosa quanto emissão de ruídos. “Se não houver um arcabouço ‘jurídico-espectral’ e vontade política, as interferências vão aumentar. A interferência é uma censura eletrônica”, afirma o especialista.
Antes da reunião com o ministro, os radioamadores se reuniram com engenheiros da Abert e da SET (Sociedade Brasileira de Televisão) para discutir possíveis soluções. “As interferências eletromagnéticas atingem diferentes serviços. Vamos fazer um esforço conjunto”, afirma a engenheira da Abert, Monique Cruvinel.
Foto: Herivelto Batista / Ministério das Comunicações
Assessoria de Comunicação da Abert