Notícias

     

    Investir na atualização de equipamentos está nos planos de mais da metade das emissoras de rádio do país. A Pesquisa do Laboratório de Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) aponta que 52% das estações demonstram interesse em substituir os seus transmissores nos próximos cinco anos.

    Destas, cerca de 40% têm o objetivo de adaptar-se às exigências do rádio digital, 29% de ampliar a potência e 33% de renovar os equipamentos.

    Por esse motivo, as emissoras esperam que do governo políticas capazes de ajudá-las a enfrentar os desafios da migração tecnológica. Mais da metade (57%) considera a isenção fiscal uma medida importante para a adquirir novos equipamentos, por exemplo.

    Essa necessidade também é demonstrada nas estatísticas sobre a capacidade financeira das rádios: 81% responderam que não alcançam os US$ 150 mil necessários para investir na digitalização. Somente 13% dizem possuir mais de US$ 200 mil para o investimento.

    A quantia de US$ 150 mil (ou R$ 300 mil) representa um nível médio de investimento que uma emissora de pequeno porte deverá fazer para migrar de tecnologia, segundo o Labcom. “Os radiodifusores estão à espera de políticas públicas que possam ajudá-los a enfrentar os enormes desafios que a transição irá impor às emissoras”, concluem os pesquisadores Nélia Del Bianco e Carlos Eduardo Esh.

    Outro dado significativo que chama a atenção é o número de rádios que não modernizaram seus equipamentos de transmissão: 35% ainda usam aparelhos valvulados - 37% são AMs e 63% FMs. Incluindo o uso de aparelhos valvulados e modulares, em 68% das emissoras os equipamentos têm até dez anos e em 11,3% delas funcionam há mais de 20 anos.

    Confira aqui a pesquisa.

    Assessoria de Comunicação da Abert

     

    Cerca de 80% das rádios do país possuem site próprio na internet.  Dessas, 44% usam a web para interagir com o ouvinte e 41% para transmitir programação ao vivo. Os dados fazem parte da pesquisa Rádio Digital no Brasil – Mapeamento das condições técnicas das emissoras de rádio brasileiras e sua adaptabilidade ao padrão de transmissão digital sonora terrestre, coordenada pelo Laboratório de Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB).

    O estudo traz um diagnóstico inédito sobre as características técnicas, de produção e de infraestrutura física de emissoras de rádios, perfil dos profissionais e estratégias adotadas pelos radiodifusores para a digitalização. Os dados foram obtidos entre 2009 e 2011.  

    De acordo com a pesquisa, quase 97% das rádios usam internet e em 50% destas o acesso está disponível em todas as instalações. Quem ainda planeja criar uma página na web pretende fazê-lo nos próximos seis meses.

    Atentas às transformações tecnológicas, 80% das rádios usam ao menos um software para processar e editar som.  A grande maioria também possui entre um e três computadores em seu estúdio de transmissão (72,6%), na produção (84,3%) e redação jornalística (59,5%).

    Por outro lado, há um forte decréscimo do uso de equipamentos analógicos: 80,7% aboliram o gravador de fita-rolo e 92% não usam mais as antigas cartucheiras.

    Para o presidente da Abert, Emanuel Soares Carneiro, o estudo confirma uma nova realidade das emissoras de rádio no país. “Os números mostram acelerado investimento em tecnologia e o uso das novas ferramentas para melhorar a qualidade do trabalho no dia-a-dia do rádio”, afirma.

    Perfil - Das rádios pesquisadas, 79,6% têm apenas um estúdio de transmissão, enquanto 3,77% têm três.  Essa proporção é quase a mesma no que diz respeito à produção: 77,7% têm apenas um estúdio de produção e 2,3% têm três.

    Quanto aos seus profissionais, 62% das emissoras possuem jornalistas com formação superior  e 47% destas têm até três profissionais graduados. Na produção, 34% das rádios dispõem de até três graduados em comunicação.

    O estudo mostra ainda que as emissoras equilibram suas programações entre musical (27,8%), jornalismo (27,2%) e prestação de serviços (17,6%). Somente 26% integram alguma rede por satélite e, destas, 13% são cabeças de rede.

    Participaram da pesquisa 750 emissoras brasileiras (304 AM e 243 FMs comerciais,98 comunitárias, 62 FM e 11 AM educativas, 2 OCs e 3 OTs), selecionadas a partir de banco de dados do Ministério das Comunicações, da Anatel e do Anuário do Grupo de Mídia de São Paulo.

    Veja mais em Mais da metade das emissoras querem modernizar equipamentos de transmissão

     Assessoria de Comunicação da Abert

    Com um montante de R$ 258,1 milhões, o rádio e a TV aberta foram os segmentos que mais contribuíram com a distribuição de direitos autorais em 2011, alcançando 63% do total repartido pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).

    De acordo com levantamento do órgão, foram distribuídos, no total, R$ 411,8 milhões a 92.650 artistas, um crescimento de mais de 18% em relação ao ano anterior.

    Os percentuais de participação dos três segmentos que mais tiveram participação são: 36,27% (rádio),  26,42% (TV aberta) e 15,25% (show), este último reflexo do crescimento da quantidade de shows realizados no Brasil. Somados, esses setores representam quase 80% dos valores distribuídos em 2011.

    Nos últimos cinco anos, a distribuição de direitos autorais cresceu 64,38%, o que significa dizer que a remuneração aos titulares aumentou mais que o dobro da inflação deste período (o índice IPCA-IBGE apurado foi de 30,15%).

    Assessoria de Comunicação da Abert

    paulo_paimSenador Paulo Paim Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, realizada na última segunda-feira, especialistas alertaram para uma ‘grave crise’ de mobilidade urbana no país.

    Para se ter ideia, mais da metade da população já se desloca por transporte individual, conforme destacou no debate o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, Otávio Vieira. Para o senador Paulo Paim (PT-RS), que requisitou e presidiu a audiência, o melhor caminho é um transporte coletivo de qualidade e o incentivo a seu uso, o que pode passar por programas de reeducação. “Para isso estamos discutindo também o Estatuto do Motorista, que pode ter viés educativo.

    A proposta também tem foco na diminuição de acidentes e na melhoria da qualidade de vida dos motoristas”, afirmou, em entrevista à Abert. De acordo com o senador, a comissão está atenta ao problema e, por isso, planejou um ciclo de debates sobre mobilidade pública. Ainda neste mês serão realizadas outras duas audiências sobre transporte ferroviário, metroviário e hidroviário e violência no trânsito.

    Confira trechos da entrevista.

    1) Segundo especialistas, mais da metade da população brasileira já se desloca por transporte individual. A mobilidade urbana no país está em crise?

    Sim, está comprovado que o trânsito nas cidades será inviável e entrará em colapso se todos continuarem a se deslocar até o trabalho com o seu veículo próprio e se não houver investimentos no transporte coletivo. Infelizmente chegamos a esse limite porque o Brasil optou pelo transporte via rodovias, abandonando totalmente o transporte ferroviário. É bom que as pessoas tenham carro, mas a infraestrutura brasileira é frágil e não suporta que todos se desloquem de carro, seja para o trabalho, para a escola ou para o lazer.

    2)Quais são as opções para que o problema seja minimizado?

    O melhor caminho, como os próprios especialistas apontaram, é um transporte coletivo de qualidade e o incentivo de seu uso. Durante o debate no Senado foi defendida a combinação de sistemas rápidos de ônibus com linhas de metrô, vias para bicicleta e adequação de calçadas para pedestres. É importante também a integração física dos modais de transporte coletivo, interligando ciclovias, aquavias e ônibus locais, com estações de metro e de trens regionais.

     3) O inchaço de carros nas ruas também passa por uma questão de mentalidade?

    Com certeza. É preciso reeducar a população para desestimular o uso individual do carro e estimular o uso do transporte coletivo. O sistema de transporte urbano de alguns países, por exemplo, principalmente em grandes centros urbanos onde há fluxo intenso, permite que o cidadão vá de carro até um determinado ponto e, de lá ele usa um veículo alternativo, desde motos até bicicletas. Para isso estamos discutindo também o Estatuto do Motorista, que pode ter viés educativo. A proposta também tem foco na diminuição de acidentes e na melhoria da qualidade de vida dos motoristas

     

    Assessoria de Comunicação da Abert

    PASTOREDalton Pastore, presidente do Fórum Permanente da Indústria

    Uma campanha da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap), lançada na internet, pretende ampliar o debate sobre restrições à publicidade infantil e a responsabilidade dos pais na orientação dos filhos ao consumo consciente.

    Além de um canal nas redes sociais (twitter e facebook), a entidade criou o blog Somos Todos Responsáveis (STR), que reúne diversos vídeos com depoimentos de artistas, empresários, especialistas, representantes do governo e acadêmicos em defesa da liberdade de expressão comercial.

    Dentre eles estão o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o  cartunista Maurício de Souza, o presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), José Dias Toffoli e a educadora Cris Poli, que apresenta o programa  “Super Nanny”.

    A iniciativa é uma resposta aos diversos projetos de lei que buscam restringir a publicidade infantil, principalmente na televisão aberta. De acordo com o presidente da Abap, Luiz Lara, a simples censura à propaganda infantil não impedirá que crianças tenham acesso a conteúdos, porque o livre fluxo de informações é cada vez maior.

    “Entendemos que o Brasil optou por viver em um ambiente de livre iniciativa, numa sociedade democrática. Além disso, a tutela do Estado não pode substituir o amadurecimento da sociedade brasileira”, afirma Lara.

    Outro objetivo da campanha é conscientizar governo e sociedade civil sobre o papel da autorregulamentação publicitária no país, modelo administrado pelo Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) e reconhecido internacionalmente.

    “A publicidade no Brasil já é rigorosamente controlada. As propostas apresentadas sugerem procedimentos que adotamos há muito tempo”, avalia o presidente do Fórum Permanente da Indústria da Comunicação, Dalton Pastore.

    “Quem acha que banir a publicidade resolve, amanhã precisará explicar o que devemos fazer com a internet, com o merchandising e com os painéis eletrônicos nas ruas”, ressalta Alexandre Secco, da Medialogue, empresa responsável pela criação do blog.

    Outro argumento dos que são contrários à censura é que os programas infantis podem perder espaços na programação da TV aberta por não terem financiamento.

    Assessoria de Comunicação da Abert

    A Anatel abriu consulta pública para editar o regulamento sobre alterações técnicas e administrativas em estações de radiodifusão e de telecomunicações. As contribuições serão aceitas até 30 de abril, por meio de formulário eletrônico do Sistema Interativo de Acompanhamento de Consulta Pública, disponível no site www.anatel.gov.br.

    Interessados em contribuir via Diretoria de Tecnologia da Abert, podem enviar as sugestões para o email monique@abert.org.rbr.

    Com a proposta, a Anatel pretende definir o que são alterações de natureza técnica e administrativa que não implicam modificação relevante de características de funcionamento de estações de telecomunicações, para fins de licenciamento.

    Também pretende manter atualizados os dados do Banco de Dados Técnicos e Administrativos (BDTA) mantido pela agência.

    Assessoria de Comunicação da Abert

    Restam poucos espaços para empresas interessadas em expor na maior feira de tecnologia de radiodifusão da América Latina. Realizada paralelamente ao 26º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, a Feira Internacional de Equipamentos e Serviços acontece em Brasília, entre os dias 19 e 21 de junho.  Já estão confirmadas 32 empresas nacionais e estrangeiras.

    Os interessados devem entrar em contato com o comitê organizador do evento. Neste link, é possível acessar o mapa do pavilhão da exposição, a lista prévia de expositores confirmados e os modelos de estandes disponíveis.

    Com o tema O Brasil e o Mundo Grátis, a 26ª edição do congresso é realizada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e marca os 90 anos do rádio, os 40 anos da TV a cores e meio século da entidade. A feira ocupará 822 metros quadrados do Salão Brasil e o Pavilhão Brasília do Centro de Convenções Brasil 21, com as maiores novidades no mercado de equipamentos para rádio e TV, mídia e entretenimento. São esperadas mais de seis mil pessoas durante os três dias de exposição.  A inscrição para visitar a feira é gratuita.

    A edição anterior comercializou R$ 12 milhões em equipamentos e serviços. De acordo com a empresa organizadora do evento, espera-se um incremento de 20% nas vendas deste ano, devido ao crescimento da economia brasileira.

    O Congresso reunirá mais de 1,4 mil empresários do segmento, comunicadores, técnicos e pesquisadores, além de representantes do governo.  Entre os temas em destaque estão Tecnologia e Inovação, Rádio, Internet e Convergência, Empreendedorismo em Rádio e Gestão de Empresas Familiares.

    Paralelamente ao Congresso e à Feira, será promovido o Seminário Técnico Nacional da Radiodifusão, dirigido a profissionais da área, que discutirão temas como TV digital, ruídos e interferências na faixa de radiodifusão sonora e rádio digital, celulares e internet.

    Inscrições  - Os interessados em participar do congresso podem se inscrever acessando o site oficial do evento, no www.congressoabert.com.br . Há opções diferenciadas para radiodifusores associados, não associados e estudantes. Os alunos de graduação em Engenharia poderão assistir também ao Seminário Técnico, reservado a engenheiros do setor de radiodifusão. Para mais informações sobre estandes, o contato pode ser feito pelo telefone (61) 3242-1589.

    Assessoria de Comunicação da Abert

    O prazo de inscrição com valor promocional para o 26º Congresso Brasileiro de Radiodifusão se encerra nesta terça-feira (10). As inscrições devem ser feitas pelo site oficial do congresso, www.congressoabert.com.br.

    A edição deste ano, que acontece de 19 a 21 de junho, no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, marca os 90 anos do rádio brasileiro e os 40 anos da TV em cores, além de meio século da Abert. Os mais destacados nomes da área empresarial e do setor público do país discutirão temas atuais do setor de rádio e televisão.

    O PACOTE RADIODIFUSOR dá direito a inscrição, hospedagem, traslado, kit participação, almoço (20/06), coquetel de encerramento e Jantar Comemorativo dos 90 anos do Rádio e 50 anos da Abert. Uma das vantagens de se fazer a inscrição até amanhã é o parcelamento do pacote em até três vezes.

     

    Radiodifusores filiados às associações estaduais, e também associados à Abert, têm descontos ainda maiores.

    PALESTRAS - A programação reserva debates sobre gestão no rádio e na TV, convergência tecnológica, liberdade de imprensa e regulação do setor,  além de um seminário especial voltado para assuntos técnicos como, por exemplo, interferências, rádio digital e administração do espectro radioelétrico.

    George Hyde, um dos maiores especialistas em mercado de radiodifusão dos Estados Unidos, foi um dos que já confirmaram presença no congresso. Sócio-consultor da W.B. Grimes & Company, Hyde fará a palestra de abertura Inovação e Tecnologia, no dia 20, às 9h30.

    Estão entre os palestrantes confirmados o publicitário e fundador da agência Lew Lara, Luiz Lara, que falará sobre como estimular o anúncio no rádio, e Marcelo Cohen, da rádio Jovem Pan, que abordará em sua palestra as adaptações do rádio brasileiro na era digital. Também confirmaram presença o secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins e o presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), João Rezende.

    Além das palestras e do seminário técnico haverá uma feira com as maiores novidades no mercado de equipamentos para rádio e TV.

    Para mais informações: http://www.abert.org.br/site/images/stories/imprensa/pacote_informe.gif    

     

    Assessoria de Comunicação da Abert

    George Hyde, sócio consultor da W.B. Grimes & Company, uma das empresas mais conceituadas em fusão e aquisição de organizações do ramo de comunicação e entretenimento dos Estados Unidos, confirmou presença no 26º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, que será realizado entre os dias 19 e 21 de junho, em Brasília.

    O evento marca os 90 anos do rádio, os 40 anos da TV a cores e os 50 anos da Abert. São esperadas mais de 1,2 mil pessoas durante os três dias. As inscrições podem ser feitas pelo site oficial do congresso www.congressoabert.com.br.

    Hyde fará a palestra de abertura Inovação e Tecnologia, no dia 20, às 9h30. Haverá tradução simultânea para o português. Como consultor da W.B. Grimes & Company, Hyde usa estratégias exclusivas de grandes organizações para auxiliar empresários de pequeno e médio porte a alcançarem metas de crescimento a  longo prazo.

    O executivo atuou por mais de 40 anos em ‘gerenciamento e desenvolvimento’ de receitas de emissoras de rádio e por duas décads foi vice-presidente executivo da Radio Adversinting Bureau (RAB), entidade internacional que ajuda as agências de publicidade a gerar anúncios no rádio.  Na RAB, trabalhou com  proprietários e operadores de emissoras de radiodifusão de 30 países.

    Também atuou em projetos de gestão na corporação de mídia Susquehanna Radio, prestando serviços para as maiores emissoras de língua espanhola dos Estados Unidos.

    Participante ativo do setor de radiodifusão, Hyde ocupou a vice-presidência do Conselho de Administração da National Association of Broadcasters (NAB), entidade que representa 8,3 mil emissoras de rádio e de TV nos Estados Unidos.

     

    Assessoria de Comunicação da Abert

     

    parlamento_ricardo_ferrao

    Relator defende que uniformização do ICMS é ‘retrocesso para desenvolvimento regional’

     Projeto de Resolução 72/2010 de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR), uniformiza o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados. A proposta tem objetivo, diz seu autor, de corrigir distorções decorrentes dos incentivos concedidos pelos estados, no contexto de "guerra fiscal" entre as unidades da federação.

    O relator da proposta, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), no entanto, faz uma série de ressalvas ao projeto. Em sua opinião, a unificação da alíquota impediria os estados menos desenvolvidos de atraírem investimentos por meio da concessão de incentivos. Além disso, para ele, “não existe saída em termos de compensações”.

    O senador defende ainda em seu parecer que a proposta é “flagrantemente inconstitucional” pois, entre outras razões, o Senado estaria infringindo a lei ao suprimir a autonomia dos governadores.

    “Além de arrecadação tributária, os estados incentivadores vão perder atividade econômica e, portanto, renda, empregos e capacidade de competir com muito maior escala de produção e de consumo dos grandes centros”, afirmou o senador, em entrevista à Abert.

    Confira trechos da entrevista.

    1) Como o senhor avalia o projeto de lei que unifica o ICMS ?

    A unificação do ICMS é um retrocesso para o desenvolvimento regional no Brasil. A Constituição de 88 firmou como princípio a redução das desigualdades, e isso foi necessário porque o Brasil sustenta uma das piores posições do mundo nos indicadores de concentração de renda.

    Assim, dentro desse princípio, o legislador desenhou para o ICMS um modelo voltado para essa desconcentração de renda, com diferenciação nas alíquotas interestaduais entre o Sul e Sudeste, mais desenvolvidos, e o Norte, nordeste, Centro Oeste e Espírito Santo, menos desenvolvidos, como uma forma de se estabelecer uma solidariedade regional no Brasil, mas principalmente, contribuir para o desenvolvimento mais igualitário. Assim, quando se associa a uniformização das alíquotas interestaduais com a redução das mesmas, há um duplo golpe sobre essa lógica da solidariedade regional. Além de recolher o tributo de igual forma para entes em estágio de desenvolvimento diferentes, elimina por completo o espaço dos estados atuarem no desenvolvimento regional, via concessão de incentivos para atrair setores produtivos que, de outra forma, jamais se localizariam fora dos grandes centros.

    2) Alguns estados alegam grandes prejuízos na arrecadação.Como essa questão pode ser resolvida?

    Esse é um problema que não deveria sequer está sendo criado, porque não existe saída em termos de compensações. A compensação sobre as arrecadações estaduais poderia até vir por meio de um novo equilíbrio na repartição entre receitas da União para os estados. Ao mesmo tempo que se discute o PRS 72 – que uniformiza e reduz alíquotas interestaduais do ICMS – discute-se nova partilha para o FPE, por exemplo, que é o Fundo de Participação dos Estados estabelecido pela CF 88 sobre os recursos arrecadados no IPI e no Imposto de Renda. O problema é que esses e outros temas que dizem respeito ao federalismo fiscal estão sendo postos e decididos isoladamente, sem uma articulação. E os estados, especialmente os pequenos estados, não querem voltar à velha política de “pires na mão”, até porque foram atores essenciais na conquista do ajuste fiscal brasileiro a partir do final dos anos 90.

    3) Quais serão os impactos caso a proposta seja aprovada?

    Além de arrecadação tributária, os estados incentivadores vão perder atividade econômica e, portanto, renda, empregos e capacidade de competir com a muito maior escala de produção e de consumo dos grandes centros. Esses grandes centros funcionam como um ímã para as atividades produtivas e, se não houver algum tipo de força na direção contrária, eles irão atrair tudo até gerar as “deseconomias de aglomeração”. Esse processo, ao longo do tempo, obviamente gera concentração de renda, migração, perda de coesão social, ocupação urbana desordenada, impactos indesejados sobre o meio-ambiente. Assim, vamos ferir as conquistas arduamente obtidas pela CF 88, com muito custo para os brasileiros, e retornar ao velho ambiente de crescimento excludente e devastador sobre as estruturas sociais e políticas no Brasil. O ICMS é central na arrecadação e na política tributária dos estados e, portanto, seu papel será bastante reduzido como instrumento de desenvolvimento regional.

     

    3) Alguns avaliam que a proposta é inconstitucional. Qual é a sua opinião?

    A proposta é flagrantemente inconstitucional e existem várias razões.

    A primeira delas é que o Senado Federal não pode reduzir, por meio de projeto de resolução, as alíquotas interestaduais do ICMS, pois se assim fizer, está legislando sobre matéria de competência constitucionalmente reservada à lei complementar. E não se trata, apenas, de uma recalibragem das alíquotas interestaduais do ICMS, mas, sim, da retirada da prerrogativa de os estados atuarem na concessão de incentivos do ICMS. Uma segunda flagrante inconstitucionalidade é o fato de o PRS 72/2010 tratar da redução das alíquotas interestaduais sobre importações, somente, o que encontra vedação expressa no art.

    152 da Constituição Federal. E, uma terceira ocorre na medida em que o critério de diferenciação de alíquotas utilizado no projeto não é a natureza ou a essencialidade da mercadoria, nem sua origem condicionada ao grau de agregação de valor. A medida proposta visa a alcançar mercadorias “importadas e destinadas diretamente a outro Estado”, quando “o trânsito pelo Estado onde ocorre a importação não agrega, ou agrega um valor pouco expressivo, ao processo de importação do bem ou mercadoria”.

     

    4) Quais medidas estão sendo pensadas quanto a questão da importação?

    O fim dos incentivos do ICMS na importação em nada mudará o cenário das importações no Brasil. Elas continuarão ocorrendo, determinadas pela valorização do câmbio e pelo aumento da renda doméstica vis a vis a renda do exterior. O efeito da medida será o de concentrar as importações pelos grandes portos, especialmente os de São Paulo. A medida ainda prejudicará as exportações dos pequenos arranjos produtivos locais, pois irá retirar escala e competitividade dos menores portos de cargas gerais, encarecendo seus custos e inviabilizando pequenos exportadores. Mas também irá prejudicar a maioria dos setores da indústria de transformação, haja vista que mais de 80% das importações brasileiras são destinadas a esse setor, pois se tratam de importações de máquinas e equipamentos, insumos industriais e combustíveis, diretamente relacionados ao processo produtivo, e não aos consumidores finais.

    Assessoria de Comunicação da Abert

     


    A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na quarta-feira (4), 60 projetos de decreto legislativo (PDCs) que autorizam ou renovam, pelo período de dez anos, concessões de serviços de radiodifusão em 19 estados brasileiros. As propostas, apresentadas pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), tramitam em caráter conclusivo e serão encaminhadas ao Senado.

    Acesse aqui a lista completa.

    Assessoria de Comunicação da Abert

      SAF Sul Qd 02 Ed Via Esplanada Sl 101 Bl D Brasília - DF CEP:70.070-600

      Email: abert@abert.org.br

      Telefone: (61) 2104-4600

      Telefone: 08009402104

    Image
    Assuntos Legais e Regulatórios
    Image
    Tecnologia
    Image
    Comunicação
    Image
    Parlamentar

    Buscar